Servidores vão à Justiça contra a Prefeitura de Cruzeiro por salários e direitos atrasados

Funcionária tem nome incluído no SPC depois de série de atrasos; cidade segue em crise econômica

Servidores preocupados com a situação cada vez mais caótica na Prefeitura de Cruzeiro; salários e benefícios atrasados levam a ação judicial (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Servidores preocupados com a situação cada vez mais caótica na Prefeitura de Cruzeiro; salários e benefícios atrasados levam a ação judicial (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Filme repetido. Mais uma vez os servidores públicos de Cruzeiro aguardam pelo pagamento, sem nenhuma previsão. O atraso no salário adia o acerto das contas mensais dos funcionários, que também estão sem o vale-alimentação usado para compra de alimentos.

A crise nas finanças do município parece estar longe de ser resolvida, e a situação reflete nas casas dos funcionários, que arcam com a responsabilidade de seus gastos fixos. São poucos os que se expõem, com medo das represálias, constantemente relatadas pelos trabalhadores, mas são muitos os problemas que enfrentam.

Neste mês, Cristiane L. viu seu nome ser incluso no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). A servidora teve descontado da sua folha de pagamento uma parcela de um empréstimo consignado, mas a Prefeitura não repassou o valor ao banco.

“A cobrança é da parcela vencida em primeiro de outubro. Não é a primeira vez que recebo carta de cobrança relacionada a isso, mas é a primeira vez que o banco está mandando meu nome para o SPC”, relatou a servidora.

Cristiane entrou com um processo judicial por danos morais. Assim como ela, muitos não encontram outra saída, se não recorrer à Justiça. No último mês, a Prefeitura teve mais de R$ 700 mil sequestrados pelo Tribunal de Justiça do Estado para garantir o pagamento de precatórios baseados em dívidas com servidores. Se depender deles, esse é um débito que a municipalidade poderá ter por um longo tempo.

A recepcionista Natália S. já acumula diversas ações judiciais contra Prefeitura. Segundo ela, essa é a única maneira de tentar garantir os direitos, uma vez que os acordos verbais nunca são cumpridos.

“Eu trabalho na Prefeitura há 36 anos e vou te confessar que, de dois anos para cá, isso aqui virou essa bagunça que você está vendo hoje. Eu já entrei na Justiça por não receber meu prêmio por 35 anos de trabalho, pelos atrasos no pagamento e mais um monte de outros motivos. Vários processos eu já ganhei e recebi meus direitos. Não pode ter medo de ir atrás do que é seu, e estou disposta a entrar com mais ações se precisar”, enfatizou a servidora.

Segundo os trabalhadores, não há proposta de acordo, nem previsão de pagamento. Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não respondeu até o fechamento dessa edição.

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