“Quem eles pensam que são para dar ordem lá de fora? Já expulsamos os gringos daqui.”

Luiz Inácio Lula da Silva

 

HERANÇA MALDITA 2

A frase acima do ex-presidente Lula é sobre o apoio da revista inglesa The Economist a Aécio Neves.

A revista inglesa é lida no mundo todo, um veículo de imprensa respeitável que fez referências elogiosas ao ex-presidente e a democracia brasileira quando assumiu a presidência da República pela primeira vez.

Com este espírito revanchista, rançoso e autoritário que o mentor da presidente reeleita pretende orientá-la para a união e o diálogo?

Como pensar em diálogo se o mote da campanha política da presidente foi ressaltar os Brasis, dividir o país em pobre (cuidado pelo PT) e rico (acariciado pelo PSDB); norte e sul; bandidos e mocinhos, heróis e vilões, “nóis” contra eles.

Como falar em união quando a disposição da presidente é dialogar com todos os setores da sociedade onde exclui claramente a oposição?

Há uma miopia irreparável no governo de país dividido, os votos mostram que uma metade do eleitorado brasileiro não está satisfeito com o atual governo. Coincide com a região que mais produz no país.

Como a presidente vai tratar da união se está apenas pensando nos seus eleitores. Será que a oposição não tem opinião, sugestão para melhorar a situação do país? Ou, será que o governo entende que tudo está funcionando perfeitamente e que a culpa dos baixos números da economia é influenciado pelo mundo externo.

Pouco antes das eleições circulou pela internet um manifesto de 164 doutores em economia provando que os erros da economia brasileira são oriundos da falta de visão do atual governo.

Uma política econômica adotada pelo governo que data da época de Getulio, um nacionalismo-populista, que não se encaixa num mundo moderno. Todos os países da América do Sul que adotaram este nacionalismo ultrapassado estão com dificuldades em sua economia.

A frase do ex-presidente Lula que vê fantasmas ianques, imperialistas, como no tempo em que quebravam porta de empresas americanas, como inimigas do país é resquício desta época.

O atavismo histórico político de ter sempre um bode expiatório para não discutir os reais problemas da economia brasileira.

A herança maldita escolhida será a do seu próprio governo!

A presidente terá pela frente, se entender os problemas da economia brasileira, um orçamento desequilibrado onde os gastos do governo concentrados em benefícios sociais, são exigências da Constituição de 88.

A solução é conter a expansão dos programas sociais o que pode prejudicar a economia e gerar desgaste político. Daí a necessidade de diálogo com a oposição.

Outro esqueleto do armário da presidente é o déficit nas transações para o exterior onde a produção de bens e serviço é inferior às compras das famílias e empresas, o que levou a um crescimento das importações de gastos com turistas em outros países e pagamento de juros, sempre em alta, pela fragilidade das contas públicas. Para reduzir o déficit é preciso reduzir o descompasso entre a demanda e a oferta de bens, ou, consumir menos enquanto não for possível produzir mais.

O crescimento econômico fraco é conseqüência da falta de credibilidade dos investidores estrangeiros diante da política econômica intervencionista e da “cabeça” dos governantes brasileiros que vivem de fantasmas imperialistas, ianques, gringos e uma farta opção de investimento na Ásia.

O dragão da inflação terá que ser domado, pois uma inflação de 6,5 % ao ano com os preços administrativos retidos (gasolina e energia elétrica) terá que aumentar a taxa de juros e o Banco Central mostrar comprometimento com a redução gradual da inflação.

Entender que o modelo do economista Celso Furtado “inflação até 15% ao ano gera crescimento”, da década de 1950, está totalmente superado. Gerava. O mundo anda e ideias ficam pelo caminho!

Presidente, votos de um bom governo e a recomendação de uma análise mais profunda sobre diálogo aquela qualidade que distingue os bons políticos e os estadistas e uma boa leitura atualizada sobre macroeconomia!

Ah! Senhora presidente, não esquecer que a Senhora foi eleita por apenas 38% do eleitorado brasileiro!

Escrito por: Márcio Meirelles

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