Muralha Paulista promete tirar da região título de mais violenta do estado

Ramuth garante que programa que reúne monitoramento estadual e de cidades pode reduzir índices na RMVale, que tem as seis cidades com situação mais preocupante; queda na arrecadação também é pauta

Reunião entre prefeitos da região e Felício Ramuth; encontro da Agemvale trata de segurança (Foto: Reprodução Agemvale)

Andréa Moroni
Marcelo Augusto dos Santos
RMVale

Prefeitos que fazem parte da Agemvale (Agência Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) participaram de reunião ordinária na cidade de Potim, na última sexta-feira (11). Em pauta, temas como investimentos e o avanço do projeto cinturão eletrônico (Muralha Paulista) para a região mais violenta do estado.

Segundo o presidente da Angevale e prefeito de São José do Barreiro, Lê Braga (PSD), o cinturão eletrônico está em agora em fase de licitação e deve auxiliar do trabalho para reduzir os índices de violência, que atinge a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte).

Além dos prefeitos, o encontro contou com a presença do vice-governador do Estado, Felício Ramuth (PSD).

Segundo Ramuth, será publicado na próxima quinta-feira (17) o edital para a compra de equipamentos para o rastreamento de placas e de imagens. “Isso vai dar mais segurança principalmente para as cidades dos vales da Fé e Histórico. Infelizmente, a RMVale ainda leva o título de região mais violenta do Estado, mas isso vai ser por pouco tempo”.

Em julho, dados divulgados pela secretaria de Segurança Pública do Estado revelaram que seis cidades da região lideram o “ranking paulista da violência”, com uma taxa de mais de dez vítimas de homicídio por grupo de cem mil habitantes.

As estatísticas, referentes ao período entre junho de 2022 e maio de 2023, mostram que a RMVale teve 332 moradores executados e reúne as seis cidades mais violentas de São Paulo. Com um índice de 34,98 vítimas de assassinato por cem mil habitantes, Cruzeiro é a cidade mais violenta do estado no período, seguida de Caraguatatuba com a taxa de 24,82, Lorena (23,46), Ubatuba (19,39), Caçapava (18,80) e Guaratinguetá (16,52).

A proposta de criação da Muralha Paulista, terá um sistema de segurança que promete integrar os recursos de vigilância do Estado, contando com a participação de 17 cidades do Vale da Fé e do Vale Histórico. A ideia é obter uma muralha eletrônica com a instalação de câmeras de videomonitoramento nas entradas e saídas dos municípios (109 pontos), ligando a estrutura estadual e municipais para vigilância e troca de informações.

Na colocação 35 do ranking de cidades com índices mais preocupantes, Pindamonhangaba aposta na tecnologia para fazer diferença no projeto regional. O prefeito Isael Domingues (PL) afirmou que a muralha paulista já é uma realidade e os municípios terão que investir em tecnologia. “Em Pinda nós já temos o COI (Centro Operações Integradas) operante, Inteligência Artificial com 1.400 câmeras, radares semafóricos. Então, provavelmente, a cidade deve ser uma das bases na região, juntamente com São José dos Campos”.

Isael lembrou que o projeto deve trabalhar conectado ao sistema Córtex do governo federal. “Por exemplo, o criminoso que é preso na Bahia terá uma identidade por biometria ou por leitura facial e isso estará disponível no sistema nacional do qual São Paulo faz parte”.

Queda na arrecadação – Felício Ramuth também falou, durante a coletiva para a imprensa da região, sobre a queda na arrecadação e como isso afetaria as obras nas cidades da região. “Nesse ano, o governo registrou queda de cerca de R$ 3 bilhões na arrecadação, principalmente devido à mudança na cobrança do ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços). Com isso, o repasse para os municípios de parte do ICMS também fica menor”.

Apesar da queda na arrecadação, o vice-governador garantiu que as obras e projetos turísticos que estão em andamento na região não sofreram cortes e estão sendo acompanhadas pelo governo. “O que é essencial para os municípios está sendo mantido. Esse é o nosso foco”.

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