Equipes retomam buscas e número de mortos sobe para 48 no Litoral Norte

Em dia de retomada, Justiça concede liminar para remoção de famílias de áreas de risco em São Sebastião; 57 pessoas estão desaparecidas

Buscas por desaparecidos no Litoral; equipes devem focar ações em trecho da rodovia Rio-Santos (Foto: Reprodução PMSS)

Da Redação
São Sebastião

As equipes de buscas retomaram o trabalho em São Sebastião, nesta última quarta-feira (22), após terem interrompido o serviço devido à volta das fortes chuvas na região, na terça. A operação tem foco na Barra do Sahy e Juquehy. Até o fechamento desta edição, 47 pessoas haviam morrido no município e uma morte foi registrada em Ubatuba. A Defesa Civil iniciou procura por vítimas em trecho da rodovia Rio-Santos, que está totalmente interditada e com carros soterrados. Outras 57 pessoas seguem desaparecidas.

Além de São Sebastião, Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba, todas do Litoral Norte, e Bertioga e Guarujá, estão em estado de calamidade pública, após decreto publicado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Freitas transferiu o seu gabinete para São Sebastião, para “acelerar” as decisões tomadas após o desastre registrado no litoral paulista.

A Justiça de Caraguatatuba concedeu, nesta quarta, uma liminar para que as famílias que ainda residem em regiões consideradas de risco, possam ser removidas para abrigos. A decisão tem caráter preventivo e provisório e deve ser encerrada quando a situação climática estiver favorável. A medida vale para 16 áreas consideradas de risco: Barra do Sahy, Juquehy, Boiçucanga, Cambury, Paúba, Maresias, Toque Toque Pequeno, Barra do Uma, Barequeçaba, Itatinga, Varadouro, Olaria, Morro do Abrigo, Enseada e Jaraguá.

Abrigo – O temporal que atingiu a costa paulista fez com que cerca de 2,5 mil pessoas precisassem abandonar suas casas. Os moradores que não têm para onde ir, estão sendo direcionados para os abrigos provisórios na Escola Professora Patrícia Viviani Santana, na Topolândia, Escola Cambury, no Cambury, Instituto Verde Escola, na Barra do Sahy, Escola Professor Antônio Luiz Monteiro, no Boiçucanga, Escola Maria Virginia Silva, de Barra do Uma e a Creche Débora Tavares, do Jaraguá.

Em São Sebastião, a Barra do Sahy foi o local mais afetado pela tempestade. Cerca de cinquenta casas desabaram e moradias foram soterradas. Em Caraguatatuba, o Rio do Ouro foi o bairro mais afetado. Muitas residências ficaram com água até próxima do teto. Diversos carros ficaram submersos. Apenas em Caraguá, mais de duzentos pessoas precisaram sair de casa, de acordo com a Defesa Civil. Quem não tem para onde ir, é direcionado para o Centro Esportivo Municipal.

A tempestade provocou ocorrências de deslizamentos em diversos da SP-55 (Dr. Manoel Hyppólito Rego), na Costa Sul. A Mogi-Bertioga está interditada nos dois sentidos na altura do quilômetro 82, em Biritiba Mirim, após erosão na pista causada pela chuva. Entre os KM’s 90 e 91 há interdição devido à queda de barreira. No Km 87 nova interdição, por erosão.

São Sebastião e Bertioga registraram o maior volume de chuva da história do Brasil em apenas 24 horas, entre sábado (18) e domingo (19), com 627 mm e 683 mm respectivamente. A tempestade provocou inundações, deslizamentos de terras, erosões em rodovias e causou danos irreparáveis à estrutura dos municípios. Na Rio-Santos, no trecho dentro de São Sebastião, foram diversos pontos com interdição devido à queda de barreira e erosões. A rodovia teve partes liberadas desde a última segunda-feira (20), mas o governo paulista não crava um prazo para recuperação viária total no Litoral Norte.

Doações – Entidades da região estão recebendo doações para as vítimas de São Sebastião. O Fundo Social de São Sebastião concentra doações na sua sede, na rua Capitão Luiz Soares, nº 33, no Centro. O Instituto Verde Escola, na avenida Marginal, nº 44, na Barra do Sahy, na avenida Deble Luísa Derani, nº 960, Praia da Baleia e na avenida Adelino Tavares, nº 170, na Barra do Sahy, também recebem donativos.

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