Crise derruba venda do Dia das Mães na região

Lojistas registram queda de 30%; associações mantém otimismo para segundo semestre

Comércio em Pindamonhangaba; onde não houve levantamento oficial das vendas do Dia das Mães (Foto: Arquivo Atos)
Comércio em Pindamonhangaba; onde não houve levantamento oficial das vendas do Dia das Mães (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Região

Com o país em crise financeira, o Vale do Paraíba também teve redução nas vendas do Dia das Mães. O comércio apontou queda de aproximadamente 30%. Clientes culpam as faltas por causa de alto preço, enquanto associações comerciais seguem confiantes com a economia deste ano.

O comércio brasileiro teve o pior desempenho com o Dias das Mães desde 2003, com recuo pelo terceiro ano consecutivo no número de vendas à prazo. Segundo pesquisa divulgada pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), houve uma redução de 16,40% nas vendas parceladas em relação ao mesmo período de 2015. Em anos anteriores, as variações foram menos expressivas. Há seis anos houve uma melhoria de +9,43%. Nos anos seguintes, baixas de: +6,53% (2011), +4,40% (2012), +6,44% (2013) e um saldo negativo de -3,55% (2014).

Segundo o Serasa Experian de Atividade do Comércio, durante a semana que antecedeu a data comemorativa neste ano, a queda foi de 9,5% em todo o país em comparação as vendas do ano passado.

E não foram apenas os comerciantes que sentiram a retração de 2016. Os consumidores reclamaram dos altos preços que não facilitaram as compras. “Estou desempregada e está tudo muito caro. Com R$ 50 você não consegue comprar quase nada, nem mesmo em promoções”, comentou a estudante Thayane Moreira.

Em Lorena, cidade em que a estudante teve dificuldades com a compra de presentes, a Acial (Associação Comercial Industrial de Lorena) registrou aumento nas vendas. “De acordo com as consultas de cheque e crediário, tivemos um ligeiro acréscimo, mas a informação correta sobre o aumento só teremos após o fechamento do mês, quando receberemos as informações da operadora. E o valor mínimo de compra foi em torno de R$ 70”, afirmou o presidente da associação, Sérgio Rocha.

O comércio de Guaratinguetá também demonstrou otimismo com as vendas. Em contramão das pesquisas nacionais, a cidade teve um aumento de 18% e o valor de compra médio entre R$ 50 e R$ 60. Foi isso que garantiu o presidente da Aceg (Associação Comercial e Empresarial de Guaratinguetá), Alexandre Dias, após pesquisa informal. “Foi um belo aumento em relação ao período de incertezas que vivemos no nosso país”.

As associações comerciais de Cruzeiro e Pindamonhangaba não souberam informar a movimentação da economia comercial dos municípios neste período. “Não temos esse número porque ninguém nos passou e a associação não faz esse tipo de pesquisa”, contou a auxiliar administrativo da ACC (Associação Comercial de Cruzeiro), Priscila Rocha.

Mesmo com a falta de dados oficiais nas duas cidades, lojistas ressaltaram a reprovação com as vendas e explicaram que estão atendendo consumidores inadimplentes, que não podem usar cartão crédito e também os que podem utilizar, porém, retraídos diante da crise, preferem gastar em dinheiro, o que contribui para a queda nas pesquisas de compras parceladas. “Tenho dez anos de empresa na cidade e a queda foi significativa, cerca de 30% ou mais. A crise não é apenas sentida, mas assusta muito”, comentou a proprietária da loja Rosa Morena, de Cruzeiro, Tatiana Drito.

Em Pinda, a busca também foi pelas “lembrancinhas”, um presente de valor acessível ao bolso do consumidor. “O quinto dia útil ajudou, mas não foi a solução. Tivemos uma queda de 20% nas vendas, e os valores mais procurados foram entre R$ 50 e R$ 100”, salientou a gerente da loja Lídia Modas, Luiza de Paula.

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