Com falta de leitos de UTI, RMVale retrocede para fase laranja

Taxa de ocupação nos hospitais supera 70% na região; bares são proibidos de funcionarem entre série de restrições

Equipe de atendimento do Hospital Regional de Caraguá para demanda da Covid-19; RMVale na Fase Laranja (Foto: Reprodução)

Da Redação
RMVale

Após registar 87 mortes por Covid-19 em um intervalo de quatro dias, a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) foi uma das áreas que sofreu retrocesso no Plano São Paulo de flexibilização. O anuncio feito pelo Estado na última sexta-feira (15) foi motivado pelo agravamento dos indicadores da pandemia na região, que possui diversas cidades sem leitos disponíveis aos infectados. A fase laranja é a segunda mais restritiva do sistema criado pelo governo de João Doria (PSDB).

Acompanhado do secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, o governador anunciou a reclassificação do Plano São Paulo, que regula o funcionamento das atividades comerciais em meio à pandemia, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes em São Paulo. Inicialmente, o anúncio era previsto para ocorrer no próximo dia 5, mas foi antecipado devido ao avanço da pandemia e a sobrecarga em unidades de saúde paulistas.

Além da RMVale, outras seis áreas do interior regrediram à fase laranja. Já a região de Marília, que estava na fase laranja desde a semana passada, foi reclassificada para a fase vermelha, a mais restritiva.

Para Gorinchteyn, o Brasil e o mundo estão vivendo uma segunda onda da doença. “Os índices que temos hoje no estado de São Paulo são similares a aqueles que atingimos no pico da pandemia durante a primeira onda”.

Diante a atualização da classificação, na RMVale a partir da próxima segunda-feira (18) será proibido o funcionamento de bares. Já os demais estabelecimentos comerciais continuarão autorizados a operar com 40% de sua capacidade, em até oito horas diárias, mas terão que fechar suas portas até às 20h.

Para a preocupação das autoridades de Saúde da RMVale, somente na primeira quinzena de janeiro, já foram registrados 15,3 mil diagnósticos positivos e 186 óbitos motivados pela doença. Os números superam os contabilizados em todo o mês de dezembro, que foram de 15.886 infectados e 196 óbitos.

O aumento de contaminados vem impactando a demanda de internações na região. Além de Aparecida, Cruzeiro e Taubaté atingiram a ocupação máxima em seus leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) nesta semana. Buscando uma solução, a Prefeitura de Taubaté revelou na manhã da última sexta-feira que a partir da próxima segunda-feira abrirá mais 15 leitos.

Já as Prefeituras de Aparecida e Cruzeiro afirmaram que estão buscando alternativas para ampliarem suas capacidades de atendimento. Enquanto isso, os moradores que necessitarem de internação serão encaminhados a hospitais de outras cidades através do sistema central de regulação estadual, o Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde).

De acordo com a secretaria de Saúde do Estado, na região a média de taxa de ocupação de leitos de UTI é de 73,6%, enquanto a de enfermaria atinge 49,1%.

Considerado o principal aparelho público da Saúde da RMVale, o Hospital Regional de Taubaté está com 90% de seus leitos de UTI ocupados.

Apesar deste cenário, o Estado ressaltou que mantém também o Hospital Regional do Litoral Norte, em Caraguatatuba, e o Hospital Regional de São José dos Campos. Juntas, as três unidades “estão aptas a acolher a demanda local, pois possuem 108 leitos destinados ao tratamento de pacientes graves, sendo 51 de UTI e 57 de enfermaria (trecho da nota enviada ao Jornal Atos)”. Ainda no Vale, o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth (PSDB), anunciou que a cidade retrocedeu por conta própria à fase vermelha, onde apenas os serviços essenciais podem atender os clientes presencialmente. A cidade chegou a 31.945 casos de Covid-19 e 624 mortes pela doença.

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