Cidades ganham novo prazo para mobilidade urbana

Com atraso, região elabora medidas para atender exigência que priorizam pedestres e ciclistas

Avenida Papa João XXIII, uma das mais movimentadas de Lorena; cidades da região projetam mobilidade (Foto: Lucas Barbosa)
Avenida Papa João XXIII, uma das mais movimentadas de Lorena; cidades da região projetam mobilidade (Foto: Lucas Barbosa)

Rafaela Lourenço
Região

As cidades da região terão mais sete anos para criar o Plano Municipal de Mobilidade Urbana. Em Lorena o Plano Diretor, que inclui a demanda, está em fase final e deve seguir para votação na Câmara ainda este mês. Já Guaratinguetá terá na próxima quarta-feira uma audiência pública para revisar o plano do município.

O Governo Federal havia estipulado o término do prazo em abril deste ano para que os municípios com mais de 20 mil habitantes apresentassem o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, mas devido a baixa representatividade dos projetos concluídos, o prazo foi estendido por mais sete anos.

Na contramão, Lorena está na fase final da revisão do Plano Diretor, que traz um capítulo específico sobre a mobilidade urbana. O plano atende ciclovias, padronização de calçamentos, rotas de ônibus, rotas de circulação de cargas delimitando regiões que atendam também o Centro e periferia, além de anéis viários que possibilitem acessos rápidos sem transtornos.

De acordo com o secretário de Obras de Lorena, Marcos Anjos, o ambiente urbano deve dar prioridade para o pedestre, em seguida os ciclistas, motociclista e depois os autos de pequeno, médio e grande porte. “Às vezes alguns leigos dizem: ‘ah, mas os carros não estão circulando no Centro’ e não são para circular nas zonas centrais. A população pedestre é que tem que circular nessas zonas. Desta forma foi feito nosso Plano de Mobilidade Urbana”, ressaltou.

De acordo com levantamento do Seade (Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados), Lorena possui 42,3 mil veículos, ou seja, 2,7 carros ou motos por pessoa (a cidade possui cerca de noventa mil habitantes).

Guaratinguetá, com uma população de aproximadamente 120 mil habitantes tem 65,5 mil carros registrados, praticamente dois carros por pessoa. Segundo o coordenador de Trânsito, Marcelo Pazzini, a cada dez carros que circulam em Guaratinguetá, quatro deles são de outras cidades. “Devido a nossa referência na saúde com o Frei Galvão, universidades, Aeronáutica e o shopping, calculamos uma frota de cem mil carros ao dia”, comentou.
A respeito do Plano de Mobilidade Urbana, uma audiência na próxima quarta-feira, às 19h no Vivarte, bairro Pedregulho, abrirá espaço para revisão do Plano Diretor.

Pazzini destacou que foram criados o Poit (Projeto de Orientação e Informação Turística) e também o Pait (Projeto de Ação Imediata no Trânsito) para situações emergenciais, como os pontos de congestionamentos. Foram implantados também vinte quilômetros de ciclofaixas em bairros periféricos e artérias que fazem a ligação com o centro comercial, e a implementação da zona azul. “O sistema veio por uma necessidade muito grande devido à demanda de estacionamento, pois funcionários ocupam vagas que poderiam ser de consumidores. Deveria ser o inverso”, frisou.

Agora os estudos serão elaborados através de audiências públicas, para futuramente ir à votação da Câmara.

Já o cenário atual de Lorena apresenta a realização de dez audiências públicas para receber sugestões e diagnosticar os problemas, e cinco apresentações na Câmara para vereadores, empresários, associações e sindicatos.

Atendendo o diagnóstico, está em desenvolvimento três ciclovias na cidade. “A gente pega duas grandes avenidas que traz a região de bairro à região central. A avenida Marechal Argolo traz o Parque das Rodovias, Vila Passos e Santa Edwiges. Outra ciclovia é a da avenida Targino Vilela Nunes, que está trazendo toda a população do bairro e da Vila Brito. E temos ainda a ciclovia em fase de liberação de execução para a avenida Marechal Teixeira Lott.

As cidades que não apresentarem o plano de acordo com a Lei de Mobilidade Urbana dentro no novo prazo ficarão impedidas de receber recursos federais e estaduais.

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