Barragem em Bananal é incluída em lista de vistoria pela ANA
Número de barragens inspecionadas aumenta para 52; Agência Nacional tem agenda de visitas até o final de maio
Caroline Meyer
Da Redação
Motivado pelo desastre em Brumadinho-MG, a ANA (Agência Nacional das Águas) anunciou a vistoria presencial da barragem Lago Hotel Bocaina, em Bananal. Outras 51 áreas semelhantes consideradas prioritárias no País também devem passar por avaliação.
A preocupação aumentou após o desastre do último dia 25, com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, que provocou a morte de 165 pessoas e deixou outras 160 desaparecidas. A vistoria anual realizada pela entidade, que costuma contemplar trinta barragens, passou para 52. No estado, serão quatro áreas inspecionadas, com prazo para a conclusão da avaliação de noventa dias.
A lista de locais atendidos pela agência inclui 23 barragens não visitadas em 2018, sendo que três delas em estado crítico, com alterações que comprometem a sua segurança, 15 que estavam previstas para serem atendidas no planejamento deste ano, e outras 11 que ainda não estão operantes na transposição do Rio São Francisco.
No último dia 29, o governo indicou que todas as 3.387 barragens de todos os tipos que existem no Brasil passassem por fiscalização dos 43 agentes federais e estaduais. Existem 2.624 barragens de água, desse total cerca de 77% serão vistoriadas na ação deste ano.
A ANA não é responsável por barragens como a de Brumadinho, já que as construções de rejeito de minério são de responsabilidade da ANM (Agência Nacional de Mineração).
Um levantamento da ANA, o Relatório de Segurança de Barragens, apontou que 98% das 742 barragens catalogadas na RMVale não haviam recebido a classificação de risco. O estudo, realizado em 2017, foi divulgado no ano passado.
O relatório apontou que a barragem Bananal foi considerada de risco médio para rompimento. Além dela, outras dez barragens, todas de hidrelétricas, foram taxadas de risco baixo para rompimentos, em cidades como Paraibuna, Lavrinhas e Queluz.