Mudança administrativa em Potim transforma diretorias em secretarias
Alteração pode elevar subsídios do primeiro escalão em mais de 100%; salários médios devem saltar de R$ 2,5 mil para R$ 5,5 mil
Rafael Rodrigues
Potim
A primeira sessão ordinária da Câmara de Potim, realizada na noite desta última quarta-feira, foi marcada pela aprovação em segunda votação, do projeto de lei do Executivo que reestrutura cargos na administração municipal. A cidade conta com secretarias e não mais diretorias.
A polêmica mudança começou a ser debatida no dia 24 de janeiro, quando os parlamentares se reuniram em sessão extraordinária para votar em primeira discussão a proposta enviada pela Prefeitura. Nas duas oportunidades, a aprovação da matéria foi unânime.
O projeto gerou muita repercussão, já que com a mudança na nomenclatura, os salários também serão alterados. A princípio, a Prefeitura sugeriu reajuste de mais de 100% nos subsídios, passando dos atuais R$ 2,5 mil para R$ 5,5 mil. Para que a alteração dos valores seja possível, outro projeto deverá ser votado no próximo dia 21.
Em entrevista a uma emissora de rádio da região, a prefeita Érica Soler (PR) explicou que a intenção no primeiro momento era de reestruturar os cargos dentro da administração municipal, para que, posteriormente, sejam discutidos os valores dos subsídios. “A proposta ainda não foi de alterar valores, apenas de mudança de estrutura, passando de diretoria para secretaria. O que foi aprovado foi a mudança de nomes. Agora teremos que ter outro projeto para tratar dos salários”.
Sobre a polêmica salarial dos novos secretários, Soler argumentou que em gestões passadas, os subsídios pagos aos diretores eram até maiores do que os R$ 5,5 mil propostos por ela. Segundo a prefeita, em administrações passadas, além dos salários, os diretores recebiam gratificações elevando os valores.
“O subsídio fixado é de R$ 2,5 mil, mas outros prefeitos usavam a gratificação para melhorar esse valor. Eles não atualizavam os salários, mas davam gratificações em excesso, tanto que a média salarial variava entre R$ 7,8 mil a R$ 8 mil, bem acima do que estamos propondo”, revelou.
Com a mudança na nomenclatura, e possível alteração salarial, agora os responsáveis pelas pastas de Potim serão obrigados a ter especialização dentro da área de atuação. Durante a entrevista, Erica Soler deixou claro, que mesmo sendo indicação política, será necessário que os futuros secretários tenham no mínimo ensino superior dentro da área que pretende comandar.
O vereador Willian Amaral (PV) comentou que o projeto ganhou a simpatia de todos os parlamentares porque a partir de agora, os secretários terão mais responsabilidade com as ações. “O entendimento da Câmara é que essa necessidade dá um respaldo para o Executivo em algumas formas, porque o secretário é responsável pela sua pasta. Ele responde pela sua pasta com o prefeito, ou seja, se houver uma irregularidade ele responderá também sobre isso”.
Plano de Carreira – Desde o ano passado, o funcionalismo público de Potim cobra da Prefeitura o plano de cargos e salários, devido ao corte das gratificações de vários servidores. A prefeita Erica Soler fez questão de dizer que a mudança de nomenclatura será base para que novas alterações sejam feitas dentro da administração, visando principalmente a regularização dos servidores. “Tudo é uma sequência. Para fazer o plano de carreira é necessário o estudo e impacto da folha total. A primeira proposta foi fazer essa mudança, agora vamos fixar os salários dos secretários, depois vamos mudar o regime jurídico, fazendo a proposta para os funcionários”.