Polícia e faculdades discutem estratégia para conter onda de assaltos contra alunos

Instituições pedem ação integrada como medida para inibir criminosos

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Estudante transitam em frente Universidade; local é ambiente preferido dos marginais que atuam no Centro (Foto: Francisco Assis)

Lucas Barbosa
Lorena

Para tentar conter o aumento de assaltos contra universitários em Lorena, a Polícia Militar e as principais instituições de ensino da cidade participaram de um encontro na última segunda-feira (14). Durante o evento foram discutidas medidas de prevenção e a necessidade de um trabalho conjunto para tentar inibir a ação de criminosos.

Há alguns anos, a simples tarefa de ir e voltar da faculdade acabou se tornando uma missão arriscada para os quase nove mil universitários que estudam em Lorena.

Em março, o Jornal Atos publicou uma reportagem mostrando relatos de alunos da Fatea (Faculdades Integradas Teresa D’Ávila) e do Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo), que foram vítimas de assaltantes nas saídas das faculdades. Os entrevistados afirmaram que foram rendidos por jovens violentos, que aparentavam ser menores de idade, que mencionavam estar armados e pediam pertences como celulares e tênis.

Em busca de alternativas para garantir maior segurança aos universitários, uma ação integrada entre a secretaria de Segurança Municipal, Polícia Militar, Unisal, Fatea e USP (Universidade de São Paulo), promoveu a realização de um evento na última segunda. Sediado no Unisal, o debate, que contou com a presença de cerca de 40 pessoas, teve como ponto alto a palestra do capitão da PM, Geraldo Nogueira, que explanou, por volta de 1h30, sobre vulnerabilidade e segurança pessoal.

Para o diretor operacional do Unisal, Fabio Reis, a união entre os centros educacionais e o poder público é fundamental para traçar um plano de medidas que ajude os estudantes a se sentirem mais seguros.

Já o responsável pelo setor de Segurança do Unisal, Antônio Martins, falou das estratégias que a unidade vem adotando para tentar coibir a ação de criminosos. “Aumentamos o efetivo nas portarias, investimos na compra de 144 câmeras com imagens em HD e treinamos os nossos colaboradores sobre como agir em caso de ações suspeitas”.

Em sua palestra, o capitão Nogueira elogiou a atitude das faculdades em discutir o tema e explicou as ações que a PM vem realizando em prol de uma maior segurança na cidade. “Esta participação popular certamente é um diferencial neste trabalho de prevenção a assaltos. Na palestra, que prefiro chamar de bate-papo, discutimos sobre os cuidados e atitudes que os alunos devem ter ao entrar e sair das universidades. Mesmo contanto com 100 PMs, esta ajuda da população e faculdades é fundamental para baixar o número de ocorrências no entorno das instituições”.

Terror – Um estudante da USP, que preferiu não se identificar, por medo de represálias, afirma já ter sido assaltado três vezes nos últimos dois anos. Em um dos crimes, ele chegou a ser agredido e ameaçado de morte pelos criminosos. “Eu estava esperando o ônibus no Centro e três garotos me surpreenderam com uma faca e tomaram meu celular e minha carteira. Um deles chegou a colocar uma faca no meu pescoço e disse que iria me matar se eu não desse mais dinheiro a eles. Realmente as faculdades e a polícia têm que se unirem para mudar isso, porque, infelizmente, a coisa está feia aqui”.

Dicas – Entre as principais dicas de segurança passadas aos alunos na palestra, se destacam as seguintes: não ostentar joias ou objetos eletrônicos de valor pela rua, as mulheres devem levar a bolsa junto ao corpo e não dar informações à ninguém sobre itinerários, horários e hábitos tomados na entrada e saída dos colégios.

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