Perda do prazo e mudança de sistema impedem GCM de atuar armada em Lorena

Guarda Civil se prepara para novo curso para adaptação; Prefeitura enfrenta dificuldades para adquirir munições para treinamento exigido pela PF

Sede da secretaria de Segurança de Lorena; guarda segue sem armamento por perda de prazo (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Lorena

Líder regional em casos de assassinato no primeiro quadrimestre do ano, Lorena ganhou nesta semana um motivo a mais para aumentar a preocupação de sua população e autoridades em segurança. Por não ter atendido a tempo uma resolução da PF (Polícia Federal), que exige um novo modelo de treinamento para as GCM´s (Guardas Civis Municipais) do país, a corporação de Lorena passou nesta quinta-feira (22) a atuar desarmada.

Durante entrevista ao Jornal Atos, na última terça-feira (21), o secretário de Segurança de Lorena, Alfredo Pereira, explicou que a pasta solicitou à PF em março a renovação do porte de armas dos 19 GCM´s que atuam na cidade desde 2017, procedimento necessário a cada cinco anos.

Até então acreditando que o processo ocorreria sem entraves, o Município foi surpreendido no fim de abril ao ser informado que teria que providenciar a participação de seus agentes em um novo modelo de treinamento de uso de armas de fogo. A exigência, que atinge todos os cursos de formação de GCM´s do país, atende a uma portaria publicada pela PF em 14 de abril, que estabelece mudanças no currículo da disciplina de armamento e tiro.

Considerada pelo Consems (Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança) como uma alternativa para reduzir os custos e acelerar o processo de liberação do porte de armas aos servidores municipais, a resolução federal extinguiu a exigência de treinamentos com armas automáticas, como metralhadoras e carabinas, para as GCM ́s das cidades que não possuem esse tipo de armamento. Outra mudança foi a diminuição do número de disparos que devem ser efetuados pelos agentes ao longo do curso. Assim, os profissionais passarão a treinar 280 tiros com pistolas semiautomáticas (calibres 9mm, 40 e 380), ao invés de 400. A prática de disparos com revólver também teve sua carga reduzida, caindo de 320 para 120.

De acordo com Pereira, Lorena já possui um convênio com a GCM de São José dos Campos, que ministrará gratuitamente o curso exigido pela PF, porém o Município enfrenta um impasse que o levou a não conseguir autorização para a renovação do porte de armas dos servidores dentro do prazo legal, expirado na última quarta-feira (22). “Não conseguimos um início do treinamento prático dos nossos profissionais e consequentemente uma renovação mais ágil de seus portes de armas, mas vamos conseguir num tem hábil e dar sequência ao trabalho”.

O secretário de Segurança explicou também como o Executivo vem buscando solucionar o entrave, para que a GCM volte a trabalhar armada. “Ainda nesta semana, a nossa equipe iniciará as aulas teóricas em São José, sendo que o curso completo deverá durar até três semanas. Apesar de já estarmos com a licitação aberta para a aquisição de munições para pistola calibre 380, creio que será difícil que elas sejam entregues nas próximas duas semanas, o que atrasará a conclusão das aulas práticas. Estamos fazendo tudo que está ao nosso alcance, como o convênio de treinamento e a apresentação de toda a documentação exigida pela PF, mas temos que aguardar a chegada das munições”.

O chefe da pasta ressaltou ainda que apesar dos GCM´s estarem impedidos de utilizarem armas de fogo, o que os impossibilita de atuarem em ações ostensivas e preventivas ao lado da Polícia Militar, eles mantêm o serviço de segurança patrimonial em diversos prédios e espaços públicos, espalhados pela cidade.

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