Oposição denuncia manipulação de eleição no Sindicato dos Químicos de Lorena

Chapa reclama ausência do edital de convocação; atual diretoria nega irregularidade no pleito

Sem títuloLucas Barbosa
Lorena

A disputa pelo comando do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Lorena e Região ganhou mais um capítulo de guerra nesta semana. Diante de acusações do grupo opositor à atual gestão, a Justiça suspendeu os efeitos da eleição, realizada na última quinta-feira.

De acordo com Gilmar Salin, presidente da chapa de oposição, desde maio ele vem buscando, junto a atual direção do sindicato, obter informações de quando seria realizada a votação, mas nunca foi atendido.

Ele afirmou ainda não ter encontrado o edital de convocação da eleição nos jornais de circulação no Vale do Paraíba.

“Isso é uma manobra, porque eles nunca quiseram aceitar uma chapa de oposição. A diretoria atual está há trinta anos no poder e não quer dar chance para ninguém. Infelizmente, esta gestão está fazendo uma espécie de ditadura. Até agora ninguém achou esse edital que eles dizem ter mandado publicar”.

Salin afirmou ainda que foi surpreendido na última quarta-feira com a notícia de que o Sindicato, atualmente presidido por Luiz Carlos da Silva, estava distribuindo panfletos em frente às fabricas de Lorena, convocando os associados a participarem da votação.

“Nossa categoria não merece esse desrespeito e ato antidemocrático. Queremos eleições justas, porque é vergonhoso a chapa de oposição ter acesso ao edital e data de eleição. Além disso, de acordo com o estatuto, essa votação deveria ocorrer só no ano que vem”. argumentou.

O representante da CSP Conlutas, (Central Sindical e Popular), que apoia a chapa de oposição, Renato Bento, acusou o presidente Luiz Carlos. “Ele está levando essa eleição na ‘mão grande’. Nunca vi uma situação como esta que acontece em Lorena, é um absurdo não aceitar outra chapa e supostamente publicar um edital, que ninguém achou. Nossa Central atuará de forma forte para garantir que haja um pleito democrático aqui em Lorena”.

Outro lado – O presidente do Sindicato dos Químicos de Lorena e Região negou as acusações da oposição.

“Seguimos rigorosamente todos os tramites legais que o estatuto cobra. Publicamos o edital no último domingo no jornal ‘O Vale’, que circula em toda a região, além disso, o estatuto não diz que sou obrigado a avisar pessoalmente a data em que ocorrerá a votação. A oposição está desesperada e partiu para estes ataques sem fundamento”.

Silva prometeu ainda “não deixar barato” o ataque feito pelo representante da CSP Condutas. “É um absurdo falar que estamos levando a eleição na ‘mão grande’. Esse senhor nem ao menos me conhece. Ele pode ter certeza, que irei na justiça e ele terá que provar isso que está falando”.

Judiciário – Na última quarta-feira, a chapa oposicionista entrou com uma medida cautelar pedindo a suspensão da eleição. A Vara do Trabalho de Lorena emitiu uma decisão que não impediu a realização da votação, mas suspendeu os efeitos da eleição. Os representantes das duas chapas serão chamados no próximo dia 31 para apresentarem suas versões e, caberá a Justiça determinar o futuro do sindicato.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?