Investigação em Lorena tenta decifrar caso de corpos de cães abandonados em terreno rural

Principal suspeita é que animais foram mortos por envenenamento; cidade tem histórico de crimes

Saco que escondia o corpo de cão encontrado morto em Lorena (Foto: Reprodução)
Saco que escondia o corpo de cão encontrado morto em Lorena (Foto: Reprodução)

Lucas Barbosa
Lorena

Quase uma semana após a repercussão nacional da morte por espancamento e suposto envenenamento de um cão no supermercado Carrefour, em Osasco-SP, Lorena registrou na última quarta-feira um crime contra animais que chocou os moradores. Corpos de cinco cachorros, que aparentam ter sido envenenados, foram encontrados espalhados por uma via da zona rural do município.

Desde o último dia 30, as redes sociais e os principais noticiários nacionais discutem os desdobramentos do caso do segurança, ligado a uma empresa terceirizada que presta serviços ao Carrefour, que utilizou uma barra de ferro para matar um cão, conhecido como “Manchinha”, no último dia 28. De acordo com o inquérito policial, existe ainda a suspeita de que o animal foi envenenado antes das agressões.

Uma semana depois do crime em Osasco, foi a vez de Lorena vivenciar um episódio semelhante.

De acordo com a presidente da UPA – Lorena (União Protetora dos Animais), Paola Giordani, moradores do Porto do Meira caminhavam por um trecho do bairro rural, por volta das 12h, quando se depararam com os corpos de dois cães dentro de um saco e outros três abandonados na via. “A principal suspeita é que os animais foram envenenados já que aparentavam ser bem tratados e não possuíam ferimentos externos. As pessoas que os encontraram já registraram um boletim de ocorrência. Infelizmente, acreditamos que nenhum responsável será localizado, mas mesmo assim fica o alerta para as autoridades que existem indivíduos matando cães na cidade e desovando os corpos na área rural”, denunciou Paola.

A reportagem do Jornal Atos tentou entrar em contato com a Polícia Civil, mas nenhum responsável pela investigação foi localizado para comentar o caso.

O caso da última quarta-feira foi mais um episódio envolvendo crimes contra animais nos últimos anos em Lorena.

Em agosto, o Jornal Atos publicou uma matéria mostrando a indignação da UPA diante o aumento de ataques contra cães e gatos no município. Na ocasião, voluntários da entidade resgataram no dia 7 um cão que teve a pata decepada após ser amarrado na linha do trem no bairro São Roque.  O animal foi socorrido e operado com urgência, sendo na sequência encaminhado para a recuperação na sede da UPA.

A cidade já havia registrado casos semelhantes em 2013, quando diversos cachorros morreram após serem amarrados na linha férrea. Já em 2014 e 2015 a cidade teve casos de ataques a gatos. “A gravidade dos casos de maus-tratos e abandonos de animais vem crescendo. Apesar de buscarmos conscientizar a população, esse quadro não mudará enquanto não houver leis e penas mais rígidas. Os criminosos fazem isso porque têm certeza que ficarão impunes, como por exemplo, esse caso do Carrefour que o segurança deverá pegar apenas um ano de prisão”, lamentou a presidente da UPA.

Caso Carrefour – Câmeras de videomonitoramento do supermercado flagraram o momento em que um segurança aparece com uma barra de ferro afugentando o cão na parte externa do estabelecimento comercial. Poucos minutos depois, outra câmera mostra “Manchinha” mancando e sangrando.

Em depoimento na última quinta-feira, o funcionário confessou que feriu o cão, mas não tinha a intenção de matá-lo. Ele foi indiciado pela Polícia Civil na lei de crimes ambientais por práticas de maus-tratos à animais, podendo ser condenado até um ano de prisão.

O caso gerou comoção nacional e uma enxurrada de críticas contra o Carrefour, que em nota oficial lamentou o fato e afirmou que o funcionário da terceirizada foi afastado de suas funções.

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