Com moção na Câmara, Sabesp acumula série de reclamações nas ruas de Lorena

Críticas focam a demora nos atendimentos e a finalização das obras; mesmo com pressão do poder público, empresa garante que mantém atendimento em prazos estipulados em contrato

Funcionários fazem serviço de manutenção em local que recebeu obra da Sabesp; no Bairro da Cruz, saída de esgoto sob ponte é um dos pontos criticados na cidade (Fotos: Francisco Assis e Rafaela Lourenço)
Funcionários fazem manutenção em local que recebeu obra da Sabesp; no Bairro da Cruz, saída de esgoto é um dos pontos criticados na cidade (Fotos: Francisco Assis e Rafaela Lourenço)

Rafaela Lourenço
Lorena

Os serviços prestados pela Sabesp seguem levantando discussões em Lorena. População, Câmara e Prefeitura questionam a qualidade e a agilidade dos trabalhos por parte da empresa.

Após o Município declarar não ter um bom relacionamento com a companhia, a Câmara aprovou na última sessão uma nova moção de apelo solicitando informações da Sabesp. O documento, de autoria do presidente da Câmara, Waldemilson da Silva, o Tão (PR), questiona uma possível tubulação irregular que estaria despejando esgoto direto ao Rio Mandi, na rua Manoel Prudente de Aquino, no Bairro da Cruz. Outro apontamento do parlamentar é a manutenção realizada na cidade. “O contrato é com a Prefeitura, então eu tenho que usar trâmites legais. Cobro da Prefeitura para ela cobrar da Sabesp. Agora, vou fazer um requerimento diretamente à Companhia porque ela é prestadora de serviços e deixa muita coisa sem fazer”, comentou o Tão.

Nas ruas, a população também está descontente com o serviço. As reclamações variam desde a demora nos atendimentos à finalização dos trabalhos. Esse é o caso da pensionista Ilza Regina Gonçalves, que teve o asfalto da porta de sua casa rompido e a rede de esgoto entupida. A moradora do bairro São Roque esperou durante três semanas pela equipe da empresa. “O buraco na frente de casa apareceu depois de arrumarem o problema na casa da minha vizinha. Primeiro meu sobrinho ligou e não resolveram nada, depois ele ligou de novo e aí vieram, graças a Deus”.

Já para a dona de casa Elisiane Leite dos Santos, 28 anos, a dificuldade está no fornecimento de água em seu bairro, a Cecap Nova. “Esses dias ficamos sem água, mas não fomos notificados. Ligamos lá para querer saber o que estava acontecendo, porque ficamos um dia inteiro sem água e nos disseram que estava em manutenção, mas ninguém nos avisou. Hoje mesmo (terça-feira) ficamos sem água na Cecap de novo, só que dessa vez não durou o dia todo”.

Em entrevista ao Atos no Rádio, em dezembro, o prefeito Fábio Marcondes (PSDB) afirmou que a relação com a Sabesp é péssima, e que as metas estipuladas em 2007 com a renovação do contrato por mais trinta anos, estão todas atrasadas.

Para o vereador Tão, a solução seria uma nova empresa à frente dos trabalhos. “Eles têm que ter respeito e trabalhar em benefício da cidade, porque recebem por isso. Na realidade, tem que ter uma outra empresa prestando o serviço que queira trabalhar”.

Outro lado – Em nota, a Sabesp alegou que os serviços como reparos de vazamentos e ligações de água ou esgoto são realizados de acordo com os prazos estipulados pela Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do estado de São Paulo).

Em relação ao despejo irregular de esgotos no Rio Mandi, no Bairro da Cruz, a companhia realiza periodicamente vistorias em toda a cidade para identificar imóveis que poderiam estar conectados à rede coletora de esgotos e não o fazem, despejando o esgoto indevidamente. Informou também que a Vigilância Sanitária Municipal e a secretaria do Meio Ambiente realizam, em parceria, novas vistorias notificando os responsáveis pelos imóveis para que se liguem a rede. Os órgãos também realizam a identificação de imóveis que descartam de forma irregular a água da chuva na rede de esgoto, prejudicando o funcionamento do sistema.Enquete 2CORTADA

 

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