Câmara de Lorena arquiva relatório da CPI do “Voto Fantasma”

Além de denúncia sobre voto de Careca, vereadores decidiram também engavetar acusação de abuso de poder contra o ex-prefeito Fábio Marcondes

Caso de Voto Fantasma demorou dois anos para ser concluído; arquivamento foi aprovado pela maioria (Foto: Arquivo Atos)

Francisco Assis
Lorena

A Câmara de Lorena decidiu, na sessão da última segunda-feira (5), pelo arquivamento total do relatório final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do “Voto Fantasma”. O relatório foi engavetado por 13 votos contra um do vereador Bruno Lorena (PSDB), que foi o relator do parecer, e uma abstenção de Jair Guedes (PODE). O vereador Elcio Vieira, o Elcinho (PSB) não votou.

Com o resultado, o pedido para o arquivamento da denúncia de irregularidade na votação em nome de Careca e o encaminhamento da acusação contra o ex-prefeito Fábio Marcondes (sem partido) por suposto acesso ao videomonitoramento do COI (Central de Operações Integradas), que identificou o parlamentar fora do plenário durante votação, sem seguir os trâmites do sistema, também foram arquivados.

Entenda o caso – Na sessão do dia 29 de agosto, dois anos após o início das investigações, o relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do “Voto Fantasma” foi apresentado e votado.  Por 2 a 1, o documento trouxe a recomendação para arquivamento do caso, que envolvia o voto do vereador Careca da Locadora (PSDB), computado apesar de sua ausência no plenário, em agosto de 2020.

A denúncia de fraude em voto do parlamentar foi feita pelo então prefeito Fábio Marcondes, que flagrou, em vídeo, Careca fora do prédio do Legislativo, enquanto o plenário votava um projeto sobre a alteração da lei complementar, que regulariza as PPP’s (Parcerias Público-Privada), utilizadas para formalizar tratativas sobre os resíduos sólidos.

O nome de Careca da Locadora apareceu no painel eletrônico da Casa, enquanto ele resolvia problemas pessoais. A situação criou nova polêmica na cidade e uma primeira formação de CPI iniciou a investigação, contando na época com Elcio Vieira Júnior (PSB), Fábio Longuinho (PSD) como relator e Waldemilson da Silva, o Tão (PL) como membro. Os dois últimos acabaram substituídos em 2021 por Lorena e Ribeiro, respectivamente. A nomeação gerou controvérsia, já que os três estavam entre os acusados pelo então prefeito, durante participação no programa Atos no Rádio, de formar um esquema que deturpou a votação.

Careca foi ouvido pela comissão e pela equipe do Atos no Rádio, em programa apresentado em novembro, quando frisou que não havia votado e que teria deixado a Câmara para resolver um problema junto a seu pai.

De denunciante a denunciado. Foi assim que o ex-chefe do Executivo acabou também acusado e investigado na Câmara, por suposto acesso ao videomonitoramento do COI (Central de Operações Integradas) sem seguir os trâmites do sistema.

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