Após quase duas décadas, residencial é regularizado em Lorena
Cetesb classifica local como ‘área reabilitada’; Otto Ude foi construído irregularmente na gestão de Aloisio Vieira
Lucas Barbosa
Lorena
Depois de dezessete anos, as mais de quarenta famílias do residencial Otto Ude foram comunicadas esta semana sobre a conclusão do processo de regularização do local. Com a mudança, os moradores aguardam melhorias no bairro, que atualmente sofre com a falta de investimentos e a criminalidade.
O residencial, que possuí apenas três ruas, teve suas casas construídas de forma irregular no governo do ex-prefeito Aloisio Vieira (PTB), o que acaba impedindo que os proprietários tenham escrituras dos imóveis.
As moradias foram erguidas em cima de um depósito de materiais inapropriados, como lixo e entulho, e era necessário que o Executivo tivesse apresentado, na época, relatórios técnicos à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o que não ocorreu. Sem o licenciamento ambiental, a situação do bairro era considerada irregular até hoje. Além disso, parte do terreno está em APP (Área de Preservação Permanente).
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Willinilton Portugal, desde o início da atual gestão municipal, a pasta vem realizando todos os procedimentos legais cobrados pela Cetesb, como por exemplo, a inspeção e coletas para análises físico-químicas do solo e da água.
“Recentemente estive em São Paulo apresentando os avanços obtidos em nosso trabalho e fomos comunicados que o terreno que abriga o Otto Ude foi agora classificado como ‘área reabilitada’. Agora faltam somente alguns detalhes jurídicos, para que em breve os moradores obtenham suas escrituras”.
O anúncio foi comemorado pelos moradores do residencial, já que além das escrituras, o local agora poderá receber mais melhorias do Executivo e até mesmo atrair empreendimentos privados.
Um dos moradores mais antigos do residencial, que preferiu não se identificar, revelou que espera que com a regularização do residencial ele consiga vender seu imóvel devido o aumento da criminalidade no local. “Infelizmente tem muita gente traficando e usando droga aqui. Tomara que saia logo os documentos porque muita gente queria vender ou alugar as casas, mas não podia. Já estávamos perdendo a esperança, mas graças a Deus parece que agora deu certo”.