Mesmo sem concordar com convênio, Francisco Carlos aceita Atividade Delegada em Guará

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

Enquanto os moradores temem o avanço da violência, o prefeito de Guaratinguetá, Francisco Carlos Moreira (PSDB), assinalou a possibilidade de acelerar a implantação da Atividade Delegada na cidade. Mas o tucano fez ressalvas, já que não acredita que o programa possa colocar fim ao crescimento da criminalidade no município.

Guaratinguetá firmou, em 2013, um convênio com o Governo do Estado de São Paulo para implantar o sistema de Atividade Delegada. O acordo tinha a missão de suprir a demanda de profissionais para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas o projeto não previa o serviço de policiamento ostensivo.

Em maio, o prefeito se reuniu com a coronel Eliane Nikoluk Schachetti, comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior). Entre os temas tratados, a implantação da Atividade Delegada, que permite que policiais militares trabalhem nas suas horas de folga e ajudem na segurança das cidades.

Moreira garantiu que a cidade vai assinar o convênio com o intuito de acabar com os “bicos” realizados pelos policiais. “Vamos colaborar com a Atividade Delegada, pois entendemos ser necessário. Serão contratados oito policiais a princípio. Queremos ajudar os policiais a aumentar a renda e que evitem os bicos”, destacou o prefeito, que acredita numa implantação com início “tímido” para avaliar o impacto nos cofres públicos.

Apesar de aceitar o sistema, o chefe do Executivo salientou que não concorda com alguns princípios do convênio. Para o prefeito tucano, o programa se trata de uma medida de prevenção, mas não é o bastante para colocar fim à violência em Guaratinguetá. “Acredito que quem deveria pagar pelo serviço seria o Estado, que tem a competência constitucional para combater a criminalidade. Ao município, cabe o investimento no social, e com isso, consequentemente, a redução da violência”, criticou.

Segundo o capitão da PM, Frank Lincoln Gusmão, 90% dos policiais são favoráveis à parceria para a prevenção e o combate à criminalidade. “Estamos muito contentes com a decisão do prefeito. Faltam algumas tratativas, estamos tentando aumentar o número de policiais que serão designados conforme necessidade do batalhão. Em Guaratinguetá devem ser deslocados para a área central, Bosque da Amizade, parques, avenida João Pessoa e feiras”, contou.

Gusmão lembrou que o Estado anunciou um investimento de R$ 50 milhões no videomonitoramento das 39 cidades que fazem parte da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, para que a região seja monitorada por uma central logo na entrada, com o objetivo de reduzir os índices de roubos de veículos.

Ele destacou que a Polícia Militar está à espera dos equipamentos. “Será muito útil. Há esse convênio com o Governo do Estado e esperamos que saia do papel o quanto antes. A PM já fez todo o mapeamento dos locais onde os equipamentos deverão ser colocados”.

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