Guará aguarda aprovação do Estado para ter “Bom Prato”

Governo Doria estuda alteração no modelo de financiamento do programa; subsídio governamental é de R$ 5,70 para alimentação

Unidade em funcionamento do Bom Prato, que atende 93 mil pessoas (Foto: Caroline Meyer)
Unidade em funcionamento do Bom Prato, que atende 93 mil pessoas (Foto: Caroline Meyer)

Jéssica Dias
Região

A Prefeitura de Guaratinguetá articula a implantação do “Bom Prato” na cidade, mas para obter uma unidade, a cidade terá que esperar a análise do Estado sobre uma nova proposta, que tenta implantar um sistema em que o programa passe a ser financiado pelo setor privado.

O “Bom Prato” é um programa do Governo do Estado de São Paulo criado em dezembro de 2000 com objetivo de oferecer refeições a custo acessível à população de baixa renda.

O programa atende diariamente mais de 93 mil refeições e conta com 57 unidades em funcionamento, sendo 22 na capital, 11 na Grande São Paulo, sete no litoral e 17 no interior. O café da manhã tem custo de R$ 0,50 e o almoço R$ 1, além de serviços como internet gratuita em algumas unidades e cursos de qualificação.

O subsídio governamental é de R$ 5,70. Para crianças com até 6 anos a refeição é gratuita. Segundo o secretário Executivo de Desenvolvimento Social, Paulo Mathias, Guaratinguetá deve esperar, já que o atual governo, iniciado em janeiro deste ano, estuda a alteração do modelo de financiamento para implantação de novos restaurantes. “Dentro do modelo que é hoje nós não temos viabilidade para novos Bom Prato. O modelo atual que é R$ 5,70. R$ 1 o usuário paga, R$ 1 a Prefeitura paga e R$ 3,70 o Estado custeia. Com esse modelo de financiamento não é viável nem no Vale do Paraíba e nem uma outra região”, explicou o secretário.

Na nova proposta, a empresa parceira do Estado faria uma publicidade e participaria do financiamento no restaurante. “Eu acho que é importante esse conceito de parceria com o setor privado, é algo inovador”, comentou.

Quando questionado sobre a ampliação de restaurantes, Mathias disse que o Estado quer aumentar a rede do Bom Prato. “Mas hoje não tem como, porque quando você abre um restaurante já coloca o recurso de custeio para todos os próximos anos. É importante que a gente pense em modelos econômicos que sejam sustentáveis”, lembrou o secretário executivo, que ressaltou ainda que no plano do governador Doria, a previsão de ampliação é para mais setenta restaurantes. “Seriam mais 13 nos quatro anos que temos de governo, mas mesmo assim é pouco, dá para se criar muito mais, mas se tivermos o apoio do setor privado eu acho que a gente pode chegar a uma marca boa”.

Para o secretário de Assistência Social de Guaratinguetá, Arílson do Santos, a cidade conta com grandes empresas como AGC e a Basf, o que facilitaria a viabilidade do Bom Prato. “A nossa região tem grandes empresas. Tenho certeza que gostariam e podem participar disso. Então a possibilidade e a viabilidade de se montar um Bom Prato com novo perfil irá atender não só Guará, mas toda a região”.

Mathias explicou que a partir do momento que tiver o modelo de financiamento montado, a empresa pode ganhar fazendo o investimento detalhado, como quanto seria o investimento, de quanto é a responsabilidade da Prefeitura e quanto seria do Estado. “Quando tiver esse modelo nós podemos expandir para diversas cidades ai vai depender das empresas do entorno da região que queiram fazer o projeto acontecer. Eu não consigo precisar quantas cidades seriam, mas com certeza seriam muitas porque o problema que temos hoje para fazer o Bom Prato são recursos”.

A mudança no formato do financiamento não deve alterar os valores do café da manhã e almoço. “A questão é os outros R$ 4,70 que precisamos distribuir melhor”, explicou.

A expectativa de Guaratinguetá é aguardar a resposta do Estado para viabilizar e procurar as empresas que queiram participar.

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