Câmara teme que lentidão de Francisco Carlos ‘barre’ instalação do Senai
Soliva cobra respostas sobre doação de terreno em APP; escola traria investimento de R$ 35 milhões

Lucas Barbosa
Guaratinguetá
A possível construção do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) tornou- se uma incógnita nos últimos anos em Guaratinguetá. O assunto foi novamente discutido na Câmara, que teme que a lentidão da Prefeitura em doar um terreno adequado, acabe afastando de vez a instalação da escola, que é referência nacional em capacitação profissional.
Os parlamentares aprovaram na última semana, um requerimento do vereador Marcus Soliva (PSL), que cobra informações do prefeito Francisco Carlos (PSDB) sobre o procedimento relacionado á doação de área, feita pelo Executivo. No documento, é citado que a Prefeitura anteriormente já havia cedido uma área no bairro Parque do Sol para o Senai, porém, por se tratar de uma APP (Área de Preservação Permanente) a ação foi paralisada.
De acordo com Soliva, deveria haver uma maior mobilização por parte da atual gestão municipal, para garantir que a cidade não perca a instalação da escola, que trará um investimento de R$ 35 milhões.
“Será terrível se o Senai desistir de se instalar aqui, devido essa demora incompreensível da Prefeitura em ceder um terreno adequado. Sabemos que a área que havia sido doada possuía três nascentes de rio, o que acaba prejudicando toda a negociação. Está faltando boa vontade para resolver este caso, pois a cidade possui outros diversos terrenos”.
O parlamentar ressaltou as possíveis mudanças que a instituição poderia promover no município. “O Senai é uma referência em capacitação profissional ao ramo industrial. Se tivéssemos uma unidade em Guará, os moradores teriam a oportunidade de estudar e ingressar no mercado de trabalho. As empresas da região também contariam como uma mão de obra ainda mais qualificada”.
Após a aprovação do requerimento, a prefeitura tem até 45 dias para encaminhar uma resposta aos parlamentares.
Histórico – Em 2012, o então prefeito Junior Filippo indicou uma área, que acabou desvinculada do projeto por estar a uma distância lateral de cerca de 150 metros do eixo da pista do Aeroporto Edu Chaves. A área ficava dentro da área de transição nº 2, do Plano Específico de Zona de Proteção do Aeródromo de Guaratinguetá.
Com a reprovação, a atual gestão buscou alternativas e fez a doação de um terreno no Parque do Sol para a construção da escola. A doação chegou a ser aprovada pela Câmara, mas o Senai teria se recusado a aceitar o terreno devido a existência de nascentes de água, o que caracteriza uma zona de Área de Preservação Permanente.
Senai – O Jornal Atos tentou entrar em contato com a instituição, mas até o fechamento desta edição nenhum responsável foi encontrado para comentar o caso.
Prefeitura – Foi encaminhada uma série de questionamentos à Prefeitura de Guaratinguetá, mas nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta edição.