Câmara de Guará aprova comissão temporária para pesquisas sobre pessoas com deficiência

Foco de grupo formado por Arilson Santos, Alexandra Andrade e Fabrício “Da Aeronáutica” é mapear público que necessita de assistência por meio de políticas públicas

Sessão da Câmara de Guará, que aprovou comissão para levantamento de dados de pessoas com deficiência (Foto: Fabiana Cugolo)

Fabiana Cugolo
Guaratinguetá

A Câmara de Guaratinguetá aprovou, por unanimidade, a criação da Comissão Temporária Especial para pesquisa de dados sobre pessoas com deficiência. O objetivo da comissão, de acordo com o requerimento, será mapear, estudar e planejar políticas em apoio ao guaratinguetaense com algum tipo de deficiência física ou mental.

O pedido é de autoria do vereador Arilson Santos (PSC), com coautoria de Alexandra Andrade (PL), Pedro Sannini (PSC) e Fabrício Dias “da Aeronáutica” (MDB). A sessão, realizada no último dia 29, que aprovou a solicitação contou com a presença de representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoas com Deficiência da cidade.

Em entrevista ao Jornal Atos, Santos explicou a finalidade da criação da comissão temporária. “Queremos identificar quem são essas pessoas, pra começarmos a fazer uma política pública. Não somente na pessoa com deficiência, mas também as pessoas que cuidam dessas pessoas com deficiência. Quem são essas mães, quem são essas famílias. Eles têm prioridade com relação a atendimento”, destacou Arilson, que ainda adiantou, que um dos objetivos é de que comissão temporária se torne permanente na Casa.

Ainda de acordo com Santos, a ideia, a partir de agora, é iniciar o trabalho nesta comissão temporária e enviar ao prefeito Marcus Soliva (PSC) um pedido para que seja criado um departamento ou uma secretaria voltada às pessoas com deficiência.

Entre as pessoas presentes na sessão que aprovou o pedido, Iracema da Silva, que estava acompanhada de seu filho Victor da Silva, de 21 anos, é diagnosticado com condições como autismo, esquizofrenia, atraso intelectual e má formação na coluna vertebral. Em depoimento à reportagem do Jornal Atos, ela destacou a importância da aprovação e que as mães e pessoas com deficiência precisam ter mais visibilidade no município. “Dificuldades que enfrentamos, principalmente, aqui em Guaratinguetá, é sobre a prioridade, por exemplo, de você chegar em um médico e ficarmos tanto tempo em uma fila de espera. Chegarmos em locais que não se faça valer a lei da prioridade. Aqui em Guará não tem. Você vai até um postinho de saúde e fica lá igual a todo mundo”, contou.

Ela contou que foi levar seu filho Victor para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid e teve que brigar para ele ser atendido. “No momento estava uma fila e muito sol, e os atendentes disseram que não tinha prioridade, que tínhamos que continuar ali”, relatou.

Ainda em conversa com a reportagem do Atos, Iracema da Silva, explanou que a cidade necessita de uma secretaria, por conta do número de pessoas que precisam destas políticas. “Quando essas crianças atingem uma certa idade cronológica, porque o mental continua por volta dos 2 ou 3 anos, mas quando atingem os seus vinte anos, ficam sem ter pra onde ir, sem termos o que fazer com elas. Isso atrapalha muito a rotina dos pais e a rotina da própria criança, porque, por mais que que você queira inserir ela com outras pessoas, como inclusão social, é muito difícil, pois não há espaço para elas. Um exemplo são as opções de lazer que não existem para esse público”, evidenciou.

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