Convênio entre Prefeitura e Apae traz atendimento para pessoas com TEA para Cachoeira

Até ano passado, prestação de serviços para famílias era feita em Cruzeiro; novo convênio tem perspectiva de atender até dez alunos

Crianças da Apae de Cachoeira; convênio com a Prefeitura ajuda no atendimento de pessoas com TEA (Foto: Arquivo Atos)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

A Prefeitura de Cachoeira Paulista assinou um convênio com a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) para atendimento de dez pessoas, entre elas crianças, adolescentes e adultos com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Até o ano passado, o acompanhamento era feito na Apae de Cruzeiro, o que era considerado desgastante para os atendidos devido ao tempo gasto com o deslocamento.

Segundo a diretora escolar da entidade cachoeirense, Rita de Cássia Longuine, foi necessária uma reestruturação do local para o deixar mais acolhedor e receber mais alunos no futuro. “Fizemos algumas adaptações em alguns espaços já existentes e estamos realizando novas construções. A demanda para avaliação está numerosa, com isso precisamos de uma nova parceria com o município para o aumento deste convênio”.

O atendimento teve início em fevereiro de 2023, mas de acordo com o relato de pais das crianças que recebem o serviço, a Prefeitura não oferecia transporte, o que fez com que o serviço tivesse início de fato somente no mês de março. “Os alunos ficaram dias sem transporte, depois que a gente começou a cobrar eles forneceram. O acompanhamento só começou depois do carnaval, praticamente em março”, destacou Marcos Felipe Leal, pai do Felipe, de 14 anos.

De acordo com a diretora, uma reestruturação está sendo feita também no grupo de profissionais. Atualmente, as pessoas com TEA têm acesso a atendimento clínico e educacional, com professores e auxiliares, psicólogo, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e assistente social.
“Os nossos profissionais estão fazendo pós em autismo. Está sendo um aprendizado muito rico para a nossa Apae. É muito importante para a gente estar com esse novo tipo de atendimento, já que a gente já atendia outras deficiências, como síndrome de down, múltipla e paralisia cerebral”, frisou a diretora.

A mãe Rosiany Rodrigues da Silva relatou que faz dois meses que seu filho de 12 anos está frequentando a Apae de Cachoeira e que o atendimento está fraco por enquanto. “As crianças estão ficando todas em uma única sala e isso não é certo, porque o grau de autismo do meu filho é um, e tem mais crianças junto com ele que o grau é outro. Em Cruzeiro ficava ele e mais dois ou três. Aqui estão todos que vieram de lá em um único ambiente. Se eu pudesse escolher o lugar pro meu filho estar, eu ainda gostaria que fosse a Apae de Cruzeiro”.

Leal também acredita que a assistência oferecida precisa melhorar e que o serviço tem os seus prós e contras. “Em Cruzeiro era melhor, em Cachoeira é uma coisa nova, os professores ainda estão se capacitando. Lá os profissionais eram mais preparados, mas tinha a questão do deslocamento que era complicado por risco de acidente”.

O pai comentou ainda que a associação tenta proporcionar o melhor atendimento possível para as crianças, mas que a Prefeitura precisa capacitar melhor os profissionais. “Nossos filhos recebem um tratamento que está longe de ser ideal, mas eu vejo muita boa vontade da Apae. Os funcionários tratam muito bem as crianças, mas tem coisas que fogem do alcance deles. Eu não responsabilizo a associação. A Prefeitura tem a obrigação de qualificar os profissionais, estimular pagando bem os funcionários, de ter o papel social para cuidar da população, já que a gente paga imposto”.

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