Com retotalização, Adriana sai e Todico é reeleito vereador em Cachoeira

Vereadora e equipe jurídica avaliam melhores ações para tentar reverter quadro; PSD fica sem cadeiras na Câmara

Adriana Vieira, que perdeu a sua cadeira e foi substituída por Agenor do Todico (Foto: Reprodução)

Thales Siqueira
Cachoeira Paulista

O reprocessamento dos votos dos candidatos a vereador nas Eleições 2024 confirmou a troca de nomes na Câmara de Cachoeira Paulista para os próximos quatro anos. A recontagem foi realizada na manhã desta terça-feira (29) pela Justiça Eleitoral, e acabou com a retirada de Adriana Vieira (PSD), entre os eleitos. Agenor do Todico (PL) ficou com a cadeira.

Segundo o chefe do Cartório Eleitoral, Diego Leão Diniz, a cerimônia de reprocessamento do resultado das eleições foi necessária devido ao julgamento de recursos pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo) em processos de registro de candidatura.

Candidatos foram para as urnas na situação de indeferido com recurso, o que marcava seus votos como anulados sub judice, mas como tribunal deferiu os registros, os votos passaram a ser contados como válidos nominais. Com a medida, o número da votação válida aumentou, elevando o quociente eleitoral e exigindo um desempenho maior dos partidos nas eleições proporcionais (do Legislativo).

Neste cenário, Adriana, que havia sido eleita no último dia 6 com 258 votos, perdeu a sua cadeira e foi substituída por Todico, que recebeu 414 votos. “Com os votos tornados válidos hoje, o quociente eleitoral subiu e o PSD não o atingiu, deixando o partido de fora da distribuição por quociente partidário. Além disso, a candidata Adriana Vieira não atingiu o requisito de 20% do quociente eleitoral, por isso o partido não recebeu vagas na distribuição por média”, destacou Diniz.

Ainda segundo o chefe do cartório, o PL obteve uma vaga pelo quociente partidário e uma vaga por média, a conquistada por Todico.

A reportagem do Jornal Atos entrou em contato com Adriana, que afirmou que sua equipe jurídica está avaliando a situação para identificar as melhores ações a serem tomadas. A vereadora destacou que houve um entendimento do juiz eleitoral do município diferente do TRE.

“Alguns candidatos do Mobiliza não conseguiram demonstrar a filiação partidária nos seus registros de candidatura, devido inclusive a prazo eleitoral, então houve indeferimento das candidaturas pelo juiz eleitoral do município e subsequente recurso ao TRE, e um outro processo também buscou o reconhecimento das filiações partidárias, provocado por interesses políticos”, ressaltou a vereadora, que disse ainda que tem observado indícios de fraudes na aplicação da cota de gênero em diferentes partidos. “Uma prática que fere gravemente o sistema democrático e desrespeita o direito de participação plena das mulheres na política. Que a justiça seja feita e que esses indícios de fraude sejam devidamente analisados, se considerados no cálculo do coeficiente eleitoral, é possível que ele diminua, o que permitiria ao PSD recuperar seu direito a uma cadeira”, ponderou Adriana.

Agenor do Todico também foi procurado pela reportagem do Jornal Atos, mas não retornou até o fechamento desta matéria.

De acordo com Diniz, há ainda outros quatro candidatos com julgamentos não alterados no sistema e que podem exigir nova totalização. Levando em conta o número de votos, as chances de nova alteração na composição da Câmara, para o chefe do cartório, são mínimas.

Com a nova composição estabelecida, o partido PP passou a ter três cadeiras na Casa de Leis, o Republicanos duas, o Podemos duas, o União Brasil outras duas, assim como o PL. Já o SD e o PT ficam com uma vaga cada. Em relação à representatividade feminina na próxima gestão, o Legislativo terá apenas duas representantes: Tháltha Barboza (PT) e Tia Dani (REP).

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