CEI da Covid segue apuração e identifica compra de celulares, impressora em Cachoeira

Vereadoras apontam ainda gasto significativo com folha de pagamento da Saúde e contratos com dispensa de licitação

A vereadora Adriana Vieira, que preside comissão que investiga gastos da Covid em Cachoeira; Mota deve ser ouvido (Foto: Arquivo Atos)

Gabriel Mota
Cachoeira Paulista

A CEI (Comissão Especial de Inquérito) que apura os gastos de verbas federais destinadas ao enfrentamento à Covid-19 em Cachoeira Paulista segue com as investigações e já apontam possibilidade de gastos irregulares. Aportes na folha de pagamento da Saúde, contratos com dispensa de licitação e compra de bens são os principais alvos de apuração.

Os trabalhos iniciados em outubro do ano passado detalham a destinação de cerca de R$ 4,4 milhões pelo Poder Executivo, com maior movimentação na gestão municipal anterior, no governo de Edson Mota (PL).

Presidente da comissão, a vereadora Adriana Vieira (PTB) afirmou que ainda há muita apuração a ser feita, mas já apontamentos de compras para serem investigadas. “A gente está em processo de investigação. São mais de duzentos processos de dispensa de licitação e estamos avaliando um por um”.

Segundo os documentos, o período investigado registra a compra de uma impressora e seis celulares pelo Município, sendo um para a Saúde e os outros cinco para a Assistência Social.

A impressora foi destinada à Santa Casa e não está no setor da Covid-19, onde deveria estar. “Eles me relataram a questão da manutenção, porque ela (impressora) é muito utilizada. Nos levaram para ver a impressora lá no fundo, mas não tinha o número do patrimônio”, contou a parlamentar.

Adriana revelou que um requerimento que solicita informações sobre a falta da identificação patrimonial já foi enviado à Santa Casa. A reportagem do Jornal Atos tentou contato com o hospital, mas até o fechamento da matéria, não houve retorno.

Sobre os celulares, a comissão também deve apurar a situação atual de uso dos aparelhos.

Há também uma compra da gestão atual. O prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) adquiriu uma tenda que, segundo as respostas aos requerimentos da CEI, foi utilizada no setor de Covid-19 da Santa Casa e segue no hospital.

Além das compras, a presidente da comissão afirmou que foi notado “um investimento alto na aquisição de material de consumo, que é difícil de se mensurar, e um investimento alto no pagamento dos servidores da Saúde”.

Por lei, o pagamento da folha com essa verba não é ilegal, segundo a vereadora, mas chama a atenção dos parlamentares o fato de não ter sido feito um número expressivo de contratações na área e, por isso, o salário dos servidores já deveria constar no orçamento municipal. “O investimento foi para pagar os funcionários que já estavam trabalhando”, explicou Adriana Vieira.

A comissão deve ouvir o ex-prefeito, Edson Mota, e representantes da gestão anterior após o levantamento de mais informações apuradas nos documentos.

A comissão teve o prazo para conclusão prorrogado por mais noventa dias úteis no último dia 8 de fevereiro. Além da presidente, o relator Agenor do Todico (PL), que substituiu Rogéria Lucas (PODE), e a membra Thálitha Barboza (PT) compõe a CEI.

 

 

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