Câmara de Cachoeira reduz subsídio de vereadores para quase um salário mínimo

De olho na economia de R$ 2,6 milhões, projeto aprovado determina valor de R$ 1,3 mil para a próxima legislatura

Os vereadores Thales Satim, contrário ao projeto e Nenê do São João, autor da proposta; redução é aprovada (Fotos: Arquivos Atos)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

Os vereadores de Cachoeira Paulista aprovaram por 7 votos a 5, na última terça-feira, um projeto de autoria do Nenê do São João (PSB), que solicita a redução do subsídio dos parlamentares de R$ 4,2 mil para R$ 1,3 mil.

O novo valor deve entrar em vigor na próxima legislatura (2021-2024). A folha mensal de pagamento dos parlamentares chega a aproximadamente R$ 55 mil. O projeto pode gerar uma economia anual de R$ 530 mil, representando cerca de R$ 2,6 milhões em quatro anos.

Durante a sessão, que contou com participação de moradores em apoio à proposta, foram favoráveis ao projeto Aldeci Baianinho (PSC), Breno Anaya (PSC), Max Barros (DEM), Rodolpho Veterinário (REDE), Tião do Marly (PL), Dimas Barbosa (PTB) e o autor do projeto Nenê do São João (PSB).

Contrários à redução do subsídio estão Dadá Diogo (PODE), Carlinhos da Saúde (PSD), Vica Ligabo (PTB), Agenor do Todico (PSDB) e Thales Satim (PSC).

Em entrevista ao Atos no Rádio, na última quarta-feira, o vereador Thales Satim relatou seu posicionamento contrário ao projeto desde o início. “Fui o primeiro a me manifestar. Quem trabalha tem que receber. O vereador tem uma função muito importante de fiscalizar o Executivo. A função do vereador é importante, não é só ir à sessão terça-feira usar a tribuna, ele tem a responsabilidade de estar na Câmara, ouvindo os moradores, fazer a leitura de todos os projetos, participar das comissões, então tem uma grande responsabilidade estar como vereador”, explicou Satim, que destacou ainda ser favorável a manutenção do salário de R$ 4,2.

Já o autor do projeto, o vereador Nenê do São João explicou que não vê lado contrário na redução do subsídio, que deve gerar uma economia para o Município, que poderá ser investida na Saúde, Educação. “Pra mim, era o que a população queria. Fiz uma enquete na minha página e 80% da população queria, então foi o clamor popular. São quase R$ 3 milhões de economia”.

O parlamentar já recebeu possíveis pré-candidatos em seu gabinete favoráveis a redução.

Na visão do vereador, o salário não mudará o fato do candidato escolhido pela população ser corrupto ou não. Questionado sobre a carga horária de trabalho, Nenê destacou que o parlamentar “não precisa ficar o dia todo na Câmara”, mas que tem que estar disponível a todo horário para a população. “Vereador não tem hora pra atender. Eu acho que quem quer ter tempo, ajusta o tempo e dá para conciliar a profissão com estar no cargo de vereador. Hoje, o cenário é o seguinte: tem vereador que ganha R$ 4,2 mil e vai para a Câmara só de terça-feira para as sessões”, argumentou.

Redução de vereadores – Outro projeto que promete gerar polêmica na Casa é a redução de cadeiras. A Câmara conta com 13 vereadores e a proposta é para que o número de vagas caia para nove.

O projeto foi lido na sessão da última terça-feira e encaminhado pelas comissões, de Justiça e Redação e Finanças e Orçamentos. Segundo Satim, um dos autores, a redução atende a cobrança de grande parte da população para a maior economia na Casa, diminuindo consequentemente o número de assessores, viagens e energia.

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