Após denúncias do MP, dois setores da Santa Casa de Cachoeira são interditados

Medida é solicitada na Justiça foca apontamento de condições irregulares; hospital inicia adequação de clínica médica e posto de coleta de exames

PA da Santa Casa de Cachoeira; solicitação do MP cobra que hospital se adeque em até 180 dias (Foto: Thales Siqueira)

Lucas Oliveira
Cachoeira Paulista

Após o MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) solicitar à Justiça a interdição de dois setores da Santa Casa de Cachoeira Paulista, a direção do hospital isolou os espaços no início desta semana. A medida atendeu também à orientação da Vigilância Sanitária de Cachoeira, que constatou, no último dia 22, que as alas estavam funcionando de forma inadequada.

Baseando-se no relatório de fiscalização apresentado pela Vigilância Sanitária, o MP recomendou no início desta semana ao Judiciário a interdição do posto de coleta de exames laboratoriais e da clínica médica, que funciona como setor de internação. Na denúncia, o órgão afirma que os espaços possuem problemas estruturais e não contam com licença sanitária e o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), documento que atesta que o local segue as regulamentações de segurança contra incêndio.

Além da interdição das alas, o MP solicitou que a Justiça ordene a Prefeitura a suspender o repasse de recursos para o funcionamento do hospital, que desde o início de novembro do ano passado é administrado pela Associação Beneficente São José e Santa Casa de Misericórdia de São José. Após receber o pedido, representantes do Judiciário vistoriaram o hospital na manhã da última terça-feira (9).

Apesar da solicitação do órgão, que cobra ainda que o hospital se adeque em até 180 dias, seguir em fase de análise por parte da Justiça, a direção da unidade suspendeu o funcionamento dos dois setores no início desta semana.

Em nota oficial, a direção da Santa Casa de Cachoeira ressaltou que cumpriu as determinações listadas nos autos de fiscalização da Vigilância Sanitária, pela interdição da clínica médica e do posto de coleta de exames laboratoriais, além do início do trabalho de adequação de ambos.

O documento ressalta que a nova equipe gestora, que em novembro do ano passado assumiu o hospital que estava sob intervenção municipal desde 1997, está providenciando todos os laudos necessários para o pleno funcionamento da unidade, que há décadas enfrenta problemas financeiros e estruturais.

Comandada pelo gestor, Renato Marton, a direção do hospital demonstrou preocupação diante o risco de suspensão do repasse municipal e de uma possível interdição completa da unidade, que possui 177 funcionários, atende diariamente cerca de duzentos pacientes e contabiliza uma dívida de cerca de R$ 40 milhões. “Cachoeira possui uma população itinerante de grande fluxo, tendo em vista o turismo religioso aqui existente, para tanto, a Atenção Hospitalar dessa Municipalidade, busca assistência digna aos usuários cachoeirenses e migrantes em parceria com a secretaria de Saúde a fim do acompanhamento, controle e prevenção dos agravos em saúde”, destacou Marton.

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