Janela de transferência partidária promove “dança das cadeiras” na região

Câmaras passam por grandes mudanças com trocas de siglas em período pré-eleitoral; PSDB e PMDB atraem pré-candidatos

A prefeita de Piquete Teca Gouvêa, que trocou o PT pelo PSD e agora deve disputar a reeleição pelo PSB (Arquivo Atos)
A prefeita de Piquete Teca Gouvêa, que trocou o PT pelo PSD e agora deve disputar a reeleição pelo PSB (Arquivo Atos)

Da Redação
Região

O prazo para os pré-candidatos às eleições deste ano mudarem de partido se encerrou na útlima sexta-feira, e o cenário seguiu tendência do turbulento momento da política nacional. Na região, o PT segue perdendo nomes e deve vir ainda mais enfraquecido do que esperava, após a debandada de 2015.
A janela partidária sem prejuízos ao cargo levou boa parte das câmaras a reconfigurar os cenários municipais. As cidades com maior alteração (proporcional) foram Aparecida e Cachoeira Paulista.
Na Câmara de Aparecida, a configuração foi alterada com os vereadores Adilson Boi na Brasa, que trocou o PSDB pelo PMDB, mesmo caminho feito por Fran Pé Sujo; Márcia Filippo que saiu do PSD para o PR e Elcio Ribeiro Pinto, o Elcinho do DEM também para o PR. O PMDB passou a ser maioria na Casa, contando ainda com Paulinho Feroz. Na Prefeitura, Ernaldo Cesar Marcondes continua no SD. Ele ocupa o cargo do tucano Antônio Márcio Siqueira, afastado por irregularidades em processos licitatórios.
Em Cachoeira Paulista, o prefeito João Luiz Ramos deixou o PT em 2015, rumando para o PSB. Ele enfrenta desde o início do mandato uma ferrenha oposição, que também movimentou a dança das cadeiras partidária. Aurélio da Farmácia deixou o PMN paras compor no PSDB; Claudinho Gaspar foi eleito pelo PSB e deve participar das eleições pela Rede, enquanto Guilherme Marcondes foi do PSC para o PSD, mesmo destino de Carlinhos da Saúde, que deixou o PR. O partido conta ainda com Dogão do São João, saindo do PHS. Ainda na Câmara de Cachoeira, a vereadora Toia da Reciclagem ainda não havia anunciado a troca até o fechamento desta edição, mas era dada como certa sua troca do PR pelo DEM.
Já em Guaratinguetá, os vereador Orville Teixeira voltou ao PV (onde foi eleito) após passagem pelo PROS; Régis Yasumura (do DEM para o PTB), Márcio Almeida (PPS para o PSB), Vantuir Faria (PT para o PSDB) e o prefeiturável Marcus Soliva, do PSL para o PSB. Na cidade de Frei Galvão, o prefeito Francisco Carlos Moreira segue no PSDB.
Outra cidade com trocas de partido significativas é Piquete. Três vereadores devem compor o projeto de pré-candidatura de Joaquim Alves pelo PTB: o presidente da Casa Fernando Cesar Motta, que estava no PR e dois ex-aliados da prefeita Teca Gouvea, os ex-petistas Maria Aparecida Félix, a Cidinha e João Inácio dos Santos, o Moita. A vereadora Fátima do Cariri do PSD, ainda não havia confirmado a informação de que trocaria de sigla.
Na Prefeitura, Teca foi para a segunda mudança de partido. Eleita pelo PT com 3.739 votos (47,46% do total), a prefeita deixou o partido em 2015, após 13 anos de militância, indo para o PSD, mas decidiu pelo PSB no ano eleitoral. “O momento político é triste e sabemos que isso afeta a todos. Com relação ao PT, são várias situações. Todo regime chega ao momento em que se dá um salto de qualidade ou acaba regredindo. Faltou maturidade e amor ao País”, destacou. “Não é que todo partido não presta. O partido é uma ideologia, o que estraga são os homens”, sentenciou.
Em Pindamonhangaba, o PSDB atraiu Antônio Alves da Silva, o Toninho Farmácia (ex-PDT) e aguardava confirmação de Ricardo Piorino (até então no PDT). Já Marco Aurélio, que estava no PR, foi para o PV. O Partido Verde deve ser o destino do presidente da Câmara, Felipe César ,do PMDB (a informação não havia sido confirmada até o fechamento da edição).
Já no cenário lorenense, o PSDB (partido do prefeito Fábio Marcondes) continua com a maioria na Câmara, com quatro parlamentares. Deixaram o partido os vereadores Bruno Camargo e Luiz Fernando Ferla, que foram para o PMDB, mas assumiram as cadeiras tucanas Marquinhos Ramos (ex-PP) e o presidente Luiz Francisco de Lima, o Luizão, eleito pelo SD. O partido conta ainda com Luiz Fernando Ribeiro e Thiago Vendramini.
Outras mudanças vieram com Carlos Hipólito, o Belo, que deixou o PP para o PTN, e Lú Fradique, do PROS para o PMN.
Em Cruzeiro, Sergio Antônio dos Santos, do PDT para o PRB da prefeita Ana Karin, e Antônio José Tavares, o Bactéria, do PTC para o PMB.
Em Potim, João Guilherme Angelieri deixou o DEM para o PMDB, enquanto Diego Monteiro passaria do PDT para o PR.
Janela – O período de trinta dias para troca de partido faz parte da chamada reforma política, um conjunto de medidas que tratam os modelos de financiamento de campanha, idade mínima para assumir um cargo político, reeleição e duração do mandato.
A abertura da janela pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) blindou os pré-candidatos que buscavam novas siglas, já que antes da proposta só era permitida mudança, sem perda de mandato, em casos de “justa causa”, como a criação de um novo partido. A troca de partido para candidatos sem mandatos se encerra no próximo dia 2.

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