Estupros em Pinda e mortes em Lorena marcam início de 2015

Levantamento do Estado mostra aumento da violência contra a mulher e apreensão de menores na região

Francisco Assis

Região

Os primeiros quatros meses de 2015 foram alarmantes com relação à violência em Pindamonhangaba. Foi isso que mostrou o relatório da secretaria de Segurança Pública do Estado. A cidade vem registrando alto índice na criminalidade, com destaque para homicídios e estupros.

Não é de hoje que a violência é uma das principais preocupações na região. Entre os vários índices do Estado, há um em que o Vale do Paraíba não deixa a liderança, mas não existe motivo para as comemorações.

A RMVP (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) é apontada como a mais violenta proporcionalmente no estado.

Nas sub-regiões de Guaratinguetá e Cruzeiro, cidades como Lorena e a própria Cruzeiro mantém um histórico de números preocupantes. A ação do tráfico de drogas ajuda a aumentar esses índices.

Mas é outra modalidade de crime que vem aumentando e causando medo nas ruas, a violência contra a mulher.

Pinda é o município com maior número de registros na região. Na cidade, os casos chegaram a três em abril, com 16 nos quatro primeiros meses de 2015. Em 2014, foram 11 entre janeiro e abril e trinta nos 12 meses.

Nos homicídios, o mês de referência do levantamento não registrou mortes, mas as cidades já são 13 mortes em 2015, mesmo índice do mesmo período do ano passado.

O comandante da Polícia Militar de Pinda, o capitão Warley Takeu Santos, destacou que mesmo com a preocupação, a cidade vem registrando queda nos últimos meses. “As estatísticas criminais relativas aos primeiros meses do ano apresentaram uma redução dos índices criminais. Com relação aos indicadores de homicídio, igualou os números nos três primeiros meses de 2015. Cabe salientar que já nos meses de abril e maio de 2015 reduziu-se significativamente as ocorrências de homicídio”.

Ele destacou que somente nos cinco primeiros meses deste ano foram retirados de circulação mais de 37 armas de fogo e 12 simulacros, além da prisão de 117 infratores e apreensão de 45 adolescentes. “O balanço positivo se deve ao intenso trabalho que a PM vem realizando, por meio do policiamento preventivo, direcionado para áreas de interesse de segurança pública, com foco no combate ao tráfico de drogas, resultando na apreensão de armas e drogas”.

Em Cruzeiro, onde quatro pessoas foram mortas este ano, a preocupação com a violência contra a mulher já levou até a criação da “Ronda Maria da Penha”, que disponibiliza a estrutura da Guarda Municipal para o atendimento realizado pelas policias Militar e Civil. A cidade teve dois estupros em abril e já contabiliza sete no ano.

Já em Guaratinguetá, uma pequena queda nos números de estupro não diminui a preocupação com a segurança da mulher. Em abril de 2014, foram cinco casos registrados, contra três no mês em 2015. O mês foi o único em que houve registros do crime, o que aumenta a expectativa para reduzir os números alarmantes de todo o ano passado, quando Guará foi marcada por trinta estupros.

Com quatro homicídios e um estupro, Lorena está na faixa intermediária do ranking regional de criminalidade. No acumulado de 2015, o município registrou nove assassinatos e cinco estupros. Os números tiveram uma pequena elevação, referente ao mesmo período de 2014, quando foram registrados sete homicídios e dois casos de estupro no primeiro quadrimestre.

Até mesmo municípios menores vêm registrando casos este ano. Em Lavrinhas, duas mulheres foram vítimas, sendo uma em abril. Também com um caso em abril, Piquete já contabiliza cinco estupros em 2015.

Menores – Outra preocupação que aumenta na região, são os crimes com envolvimentos de adolescentes. Em toda RMVP, os dados do Estado mostram que a apreensão de menores chegou a 212 em abril, 68,25% maior que o mesmo mês de 2014, quando foram registradas 126 detenções. Somente em 2015, 764 menores foram apreendidos no Vale.

O destaque ficou por conta de Lorena, que teve um aumento de 111,76% de janeiro a abril, passando de 17 apreensões para 36. “Esse problema com o jovem está ligado à questões sociais. Falta de oportunidades no mercado por causa da qualificação, da falta de esportes, além é claro da influência da droga. A Prefeitura tem feito sua parte, com ações da Assistência Social, secretaria da Juventude, trabalho da própria comunidade, mas é difícil”, comentou o prefeito Fábio Marcondes.