Atos e Fatos

“O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”

Margaret Thatcher

Presidente durante coletiva de imprensa na Índia; professor comenta sobre posições do Governo (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

O PRESIDENTE É UM HOMEM DE SORTE?

À primeira vista, o presidente Lula é um homem de sorte?

Será que é dotado de uma força invencível e inexplicável da qual derivam acontecimentos únicos na vida das pessoas?

É o único representante da esquerda pronto para concorrer, representar o movimento e ganhar eleições.

O Presidente Lula, por méritos próprios, soube construir uma imagem política popular e vestir o figurino da esquerda.

Aí não houve sorte. Foi o destino ou oportunidade?

Politicamente, há dúvidas, que em 2026 não seja candidato à reeleição?

Quando chegar o momento o Presidente será um forte candidato.

O único obstáculo é a sua idade, a sua saúde, mas, a disposição estará presente.

Outro aspecto da sua personalidade para explicar o inexplicável e reafirmar a força invencível da sua presença para a sociedade achar que a economia melhorou(?).

As contas nacionais e a inflação em 2023 sobre controle, apesar do da ira ao Banco Central, a discussão da reforma tributária e os arranjos políticos no parlamento, a sensação que o país caminha para a sua recuperação econômica.

A repetição do período de uma economia estável no seu primeiro momento, no período de 2003-2010, com os grandes volumes de exportação de commodities.

Conforme estudos acadêmicos o ressurgimento dos países emergentes, principalmente na América do Sul, com problemas estruturais em suas economias, – como a acumulação de ´poupança -, a popularidade do presidente é muito relacionada pelas condições internacionais.

A taxa americana de juros e as exportações de commodities, desenvolveram uma série histórica: o “índice de bonança”.

A sensação de melhora da economia é resultado do restabelecimento da economia mundial, na área europeia, pós pandemia, e a economia chinesa reencontrando o seu crescimento.

Não há nada de novo na economia brasileira que propicie essa sensação de recuperação. Pelo contrário!

A reforma tributária é uma grande incógnita, pois como o governo irá aumentar a arrecadação para compensar os gastos do governo?

Há um longo caminho a percorrer.

De qualquer forma é melhor do que o caos que vivíamos.

Se o PIB surpreendeu o mercado e grande parte dos analistas econômicos, a nossa indústria, a joia da coroa no passado, o crescimento está abaixo do período pré-crise, 2,7% e 18,7%, abaixo do pico mais recente que foi em 2011.

Continuamos no velho modelo de exportar café e importar produtos manufaturados, gerando empregos no exterior.

Exportamos soja, petróleo, minério de ferro e importamos fertilizantes químicos, agro defensivos, combustíveis, trens de metrô, trilhos, tubos e válvulas de alta pressão.

A manutenção do país como exportador de commodities é a receita para transformar o nosso PIB em um “voo de galinha”, como definem os economistas.

O sobe e desce, a falta de estabilidade econômica, segurança jurídica e política.

O momento é propício para a economia retirar algumas travas do crescimento da indústria incentivando a inovação, a absorção de mão de obra qualificada (ainda existente no mercado) para pavimentar o caminho do crescimento econômico pensando o longo prazo.

Uma fatia considerável da sociedade, formadores de opinião, viu a sua renda desabar nos últimos anos.

Em resumo, os brasileiros mais escolarizados foram empurrados para empregos que pagam menos, pois não há vagas suficientes no mercado produtivo e intelectual.

Outro grande problema a resolver é o da escolaridade do trabalhador brasileiro.

Em estudo recente, a evolução dos anos de escolaridade da população brasileira de 1980 a 2019, passamos de uma população adulta com 2,6 anos de escolaridade média para 8,1 anos – um salto surpreendente – 211%.

No entanto o PIB (Produto Interno Bruto), por trabalhador, em dólares deflacionado em 2017, aumentamos de U$ 31 mil para US$ 32 mil, ou seja, 3%. Ridículo 3%!

Precisamos analisar se o currículo da educação básica está atento às necessidades do mundo do trabalho e se as políticas econômicas estão adequadas para absorver adequadamente as competências já adquiridas dos trabalhadores recém-formados.

Não é o Presidente Lula que tem sorte.

É o nosso país que não tem sorte!

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