Atos e Fatos

“Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros.”

Benjamin Franklin

Edifício-Sede do Banco Central em Brasília e a situação do mercado financeiro (Foto: Reprodução EBC)

Professor Márcio Meirelles

SOLUÇÕES VELHAS PARA PROBLEMAS ANTIGOS

O presidente Lula, quando ainda não tinha o seu ministério pronto, criticou o mercado pela indicação de um ministro da Fazenda que não tinha relação com o mercado.

O presidente se insurgiu como se o mercado fosse um ente estranho a vida do país.

O mercado é composto de pessoas e até, possivelmente, grande parte, tenham votado nele.

Afinal o que é o mercado na cabeça do presidente e do partido dos trabalhadores?

São os representantes do capital financeiro, o mesmo da luta do início do século XX, capital e trabalho, a luta de classes ditadas por Marx, Engels e Lenin.

O mercado financeiro é um ente abstrato composto por pessoas dependentes do sistema financeiro.

O mercado financeiro não é a Bovespa, Wall Street, e os grandes investidores.

O mercado financeiro não é só a Bolsa, do seu governo inicial ao atual cresceu de 120 mil para 1,4 milhões os investidores da Petrobras (parte daqueles que atenderam a sugestão do seu governo primeiro para a transformação dos depósitos do FGTS em ações da Petrobras), além dos pequenos investidores no Tesouro Direto, somados representam 5 milhões de investidos, físicos e jurídicos.

Some-se a este montante os fundos de pensão dos funcionários públicos para a complementação da aposentadoria; os programas de aquisição de imóveis populares lastreadas por investidores pessoais e empresariais e bancos oficiais; as aplicações para a agricultura, indústria e comercio ofertadas pelos bancos para o financiamento de atividades produtivas; o agronegócio financiado por aplicadores públicos e privados; a aquisição de veículos através de financiamentos bancários; os santos “carnês” que financiam a compra de utensílios domésticos…

O mercado financeiro, na cabeça do partido dos trabalhadores e do próprio presidente, é formado por pessoas preguiçosas, especuladores (sentido negativo, pois especular é obter o melhor rendimento com o menor risco), indivíduos abastados, rentistas que vivem da aplicação financeira.

Para um país que não cresce há 40 anos (crescimento médio do PIB 0,67%) o sistema financeiro é fundamental.

A preocupação do governo deveria ser a de organizar a economia, diminuir gastos, consequentemente a diminuição de recursos financeiros para cobrir os “rombos” das contas públicas para que o país possa crescer com as suas próprias pernas e não com a muleta do sistema financeiro.

A taxa de juros demostra a fragilidade das contas públicas.

A crença de que somos um país rico é uma maneira de manter as coisas como estão, mudanças de governo deixam o país com os mesmos problemas.

País rico é aquele que produz riquezas, que não é o caso do Brasil!

Outro aspecto preocupante é sobre a fala do presidente em encerrar os processos de privatização.

Na cabeça do presidente e do partido dos trabalhadores a empresa estatal tem a função social de distribuir os lucros em forma de barateamento do produto para a sociedade.

O que se trata de uma falácia.

Toda empresa, publica e privada, tem a sua função social: pagar salários, segurança ao trabalhador, recolher os impostos, transferir e transmitir tecnologia para o país, respeitar o meio ambiente e gerar lucro.

Como uma estatal, que não produz lucro, vai buscar os seus investimentos? (como sempre no Tesouro Nacional o cofre da contribuição da sociedade)

Processos produtivos envelhecem, produtos são modificados, no mundo atual a inovação é a chave da estabilidade econômica e financeira das empresas.

A ideia das empresas estatais é do fim do Século XVIII, com a revolução industrial na Inglaterra, onde os empresários não estavam habilitados para a produção em massa, créditos suficientes para cobrir o desenvolvimento, lacunas que foram preenchidas pelo Estado.

As dificuldades resolvidas a solução é privatizar e isto ocorreu na década de 1980, em toda a Europa.

Agora, o presidente acha que o Banco Central não deve ser independente, talvez, repitam o erro da Dilma em abaixar os juros na canetada!

Não vai ser fácil!

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