Relatório pede arquivamento de investigação sobre “Voto Fantasma” na Câmara de Lorena

Aguardando votação para próxima sessão, documento busca ainda levar de acusação contra Marcondes ao MP

O vereador Careca da Locadora, que teve voto fraudado em 2020; investigação recebe relatório com pedido de arquivamento (Foto: Arquivo Atos)

Francisco Assis
Lorena

Dois anos após o início das investigações, o relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do “Voto Fantasma” foi apresentado na Câmara de Lorena, na última segunda-feira (29). Por 2 a 1, o documento trouxe a recomendação para arquivamento do caso, que envolvia o voto do vereador Careca da Locadora (PSDB), computado apesar de sua ausência no plenário, em agosto de 2020.

A denúncia de fraude em voto do parlamentar foi feita pelo então prefeito Fábio Marcondes (sem partido), que flagrou, em vídeo, Careca fora do prédio do Legislativo, enquanto o plenário votava um projeto sobre a alteração da lei complementar, que regulariza as PPP’s (Parcerias Público-Privada), utilizada para formalizar tratativas sobre os resíduos sólidos.

O nome de Careca da Locadora apareceu no painel eletrônico da Casa, enquanto ele resolvia problemas pessoais. A situação criou nova polêmica na cidade e uma primeira formação de CPI iniciou a investigação, contando na época com Elcio Vieira Júnior (PSB), Fábio Longuinho (PSD) como relator e Waldemilson da Silva, o Tão (PL) como membro. Os dois últimos acabaram substituídos em 2021 por Lorena e Ribeiro, respectivamente. A nomeação gerou controvérsia, já que os três estavam entre os acusados pelo então prefeito, durante participação no programa Atos no Rádio, de formar um esquema que deturpou a votação.

Careca foi ouvido pela comissão e pela equipe do Atos no Rádio, em programa apresentado em novembro, quando frisou que não havia votado e que teria deixado a Câmara para atender resolver uma situação junto a seu pai.

De denunciante a denunciado. Foi assim que o ex-chefe do Executivo acabou também acusado e investigado na Câmara, por suposto acesso ao videomonitoramento do COI (Central de Operações Integradas) sem seguir os trâmites do sistema.

O relatório da investigação apontou que não há condições de se chegar ao responsável pela votação e recomentou o arquivamento da apuração sobre o “voto fantasma”.

O mesmo documento seguiu direção diferente quanto à denúncia sobre Marcondes. Dois dos três parlamentares (apenas Bruninho votou contrário) pediu encaminhamento da acusação contra o ex-prefeito para o Ministério Público. Marcondes negou que teve acesso irregular às imagens e chegou a responder à época que “… estão desviando o foco. O foco é quem votou no lugar do vereador Careca. Eles estão desviando para as imagens e principalmente tirando o foco do que seria realmente, com o teatro que eles estão montando”.

Tramitando na Câmara, o documento deve ser votado na sessão da próxima segunda-feira (5). O caso também passou por investigação na delegacia Seccional de Guaratinguetá, que também não conseguiu chegar ao possível responsável pela votação irregular no lugar de Careca da Locadora.

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