CEI da Covid tem segunda desistência e entra em xeque na Câmara de Cachoeira

Comissão tem dificuldade em encontrar novo relator e trabalho investigativo deve prosseguir com apenas duas parlamentares

Thálitha Barboza e Adriana Vieira, que seguem com investigações, após desistência de Todico na comissão (Fotos: Arquivo Atos)

Da Redação
Cachoeira Paulista

Instaurada há quase sete meses pela Câmara de Cachoeira Paulista, a CEI (Comissão Especial de Inquérito) que apura o uso de recursos federais no enfrentamento à Covid-19 na cidade, sofreu nesta semana mais uma baixa em sua composição. Sem revelar o motivo à população, o vereador Agenor Nunes, o Agenor do Todico (PL), abandonou a função de relator do trabalho investigativo. A comissão corre contra o tempo para apresentar o relatório final.

Aberta em 5 de outubro do ano passado, a CEI analisa se a antiga e a atual gestões municipais utilizaram de forma devida os R$ 4,4 milhões encaminhados pelo Governo Federal para o reforço do sistema de Saúde em meio à pandemia. A maior parte do montante foi movimentada durante o governo do ex-prefeito, Edson Mota (PL). Além de contratos com dispensa de licitação, o trabalho parlamentar examina a compra de materiais e aportes na folha de pagamento dos servidores da Saúde.

Antes mesmo de iniciar suas atividades, a CEI da Covid já havia entrado para a história da Câmara de Cachoeira como a primeira formada apenas por mulheres. Presidida por Adriana Vieira (PTB), a composição original teve Rogéria Lucas (PODE) como relatora e Thálitha Barboza (PT) como membra. Entretanto, a “liga feminina” durou pouco tempo, já que Rogéria Lucas decidiu deixá-la no início de 2022, sendo substituída por Agenor do Todico.

Para a surpresa dos moradores de Cachoeira, na última terça-feira (19) o vereador oficializou sua saída da comissão, deixando vaga a função de relator.

Apesar da nova baixa, Adriana Vieira afirmou que o trabalho investigativo prosseguirá. “É uma CEI trabalhosa, envolve a investigação de vários processos, e antes de ocorrer a votação do novo membro, cheguei a falar com alguns vereadores para participar, porém eles relataram falta de tempo. Mas daremos continuidade da mesma forma. Eu e a Thálitha estamos bem comprometidas e alguém que não estivesse com esse comprometimento, ao invés de ajudar, poderia atrapalhar”.

A vereadora não respondeu a tempo se a saída de Todico coloca em xeque o futuro da comissão, já que Adriana não obteve resposta positiva quanto a reposição do relator.

Com um prazo inicial 91 dias para concluir seu trabalho, a CEI foi prorrogada pela Casa, em 8 de fevereiro, por mais noventa dias. Assim, a comissão poderá ser extinta ou novamente prorrogada no início de maio.

A reportagem do Jornal Atos solicitou um posicionamento do vereador, Agenor Todico, sobre sua desistência da função de relator da CEI da Covid, mas o pedido não foi atendido até o fechamento desta edição.

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