Câmara convida direção do Hospital Frei Galvão para esclarecimentos sobre PS

Vereadores preparam sessão especial para debater primeiros três meses de terceirização do atendimento em Guaratinguetá

A entrada do Pronto Socorro de Guaratinguetá, serviço do Frei Galvão (Foto: Leandro Oliveira)
A entrada do Pronto Socorro de Guaratinguetá, serviço do Frei Galvão (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

O Hospital Frei Galvão completou três meses à frente da gestão do Pronto Socorro Municipal de Guaratinguetá. A terceirização, assinada em dezembro do ano passado, tem um investimento de R$1,35 milhão da Prefeitura e a evolução nos atendimentos foi contestada pelos vereadores durante sessão de Câmara na última semana. Um convite aos novos diretores do hospital por uma sessão especial será feito nos próximos dias.

A iniciativa surgiu durante sessão realizada pelos parlamentares. Ao fim do encontro, na hora da explicação pessoal, a vereadora Cleusa Maria Lourenço (MDB) explicava sobre as reclamações que têm recebido de pacientes que buscam atendimento no Pronto Socorro. Nesse momento, os sete vereadores presentes iniciaram um pequeno debate sobre a real melhoria no PS após a terceirização.

O presidente da Casa, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), convidou a direção do Hospital para uma sessão especial, onde os vereadores poderão questionar os diretores sobre número de atendimentos e fazer uma comparação com a situação do PS no passado. Após a sessão, Celão confirmou que fará o convite e se mostrou descontente com as informações que têm chegado à Câmara.

“Fiquei um tanto quanto indignado com a resposta que foi encaminhada à Comissão de Saúde da Câmara. Eu não tinha conhecimento disso. Foi um ofício enviado da Comissão para a direção do Hospital, onde o vereador questionou sobre a morte de uma criança, dias atrás. E a resposta do Hospital foi, segundo o vereador Marcos Evangelista (PSDB), de que isso não compete ao parlamentar. Isso é um absurdo. Compete sim. Estamos aqui para fiscalizar a terceirização. Não é porque é terceirizado que vamos deixar”, afirmou Celão.

A declaração citada por Celão referente ao parlamentar Marcos Evangelista foi o estopim durante a explicação pessoal. Na ocasião, Evangelista afirmou que encaminhou um oficio à direção do Hospital Frei Galvão indagando sobre a morte de uma criança que teria dado entrada no Pronto Socorro Infantil. Após ter sido informado sobre a suposta resposta encaminhada pela direção do Hospital, Celão propôs a sessão especial.
“Confiamos a terceirização na busca de uma melhoria. Essa melhoria, nesses primeiros meses, não surtiu efeito. Confio na Maristela (secretária de Saúde), profissional muito competente. Tenho certeza que ela escolheu o caminho certo, mas não depende só dela”, afirmou. “Gostaríamos muito de receber aqui os representantes do Hospital Frei Galvão, para ajustarmos alguns detalhes e também para sermos esclarecidos sobre a resposta um tanto quanto desrespeitosa com a Comissão de Saúde e com os demais vereadores. Faremos o convite, pois não temos a prerrogativa da convocação”, afirmou Celão.

Seguindo o regimento interno, a Câmara tem a prerrogativa de convidar os prestadores de serviço ao município para prestarem esclarecimentos sobre os serviços oferecidos. No primeiro momento, a Casa convida. Caso haja recusa, os vereadores podem convocar uma sessão especial.
A reportagem do Jornal Atos solicitou uma resposta ao Hospital Frei Galvão, que em nota, destacou que recebeu o ofício, e que “sua resposta foi baseada no Código de Ética do Conselho Federal de Medicina”.

O texto lembra que “todas as informações do atendimento e registros dos pacientes são de acesso exclusivo deste e seus familiares. Não podemos fornecer tais informações à terceiros, senão por ordem judicial”.

A diretoria garante que não esclarece ainda, que o Hospital não recebeu oficialmente o convite para comparecer à Câmara de Vereadores”.

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