Ubatuba assina contrato para programa de Coleta Seletiva
Projeto aprovado na Câmara permite uso de área do Município para implementação do programa; equipamentos e caminhão também foram cedidos para cooperativa
Thales Siqueira
Ubatuba
A Prefeitura de Ubatuba assinou no último dia 6 um contrato para dar início à coleta seletiva. A iniciativa, que será realizada pela Cooperativa de Catadores Coco&Cia, prevê que quatrocentas toneladas de lixo deixarão de ser descartados no aterro sanitário e serão reciclados.
A permissão de uso de uma área de 2.142 m², próxima ao aterro sanitário, para a implementação do programa de Coleta Seletiva pela cooperativa passou por avaliação da Câmara. A aprovação dos vereadores foi unânime.
Além do terreno, foram cedidos equipamentos como uma prensa hidráulica enfardadeira de 25 toneladas, uma esteira elétrica para triagem de resíduos e um caminhão exclusivo para coleta de recicláveis no município.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Guilherme Adolpho, o serviço de coleta seletiva é uma grande conquista para Ubatuba como meio de economia, conscientização e relação das pessoas com os resíduos produzidos. A permissão do uso do local e dos equipamentos é uma grande conquista para os catadores que há anos trabalham na área de triagem do transbordo do aterro sanitário.
“A assinatura (do contrato) representa uma prerrogativa socioambiental, cumprindo o plano nacional de resíduos sólidos e também a política municipal de resíduos. Então, realizando esse trabalho, estamos incentivando e estruturando o trabalho das cooperativas municipais. É o primeiro projeto da TPA (Taxa de Preservação Ambiental)”, destacou o secretário.
A presidente da entidade, Gilda Godoy, que também participa do Conselho Municipal do Meio Ambiente e integra o MNCR (Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Recicláveis), afirmou que a coleta seletiva tem uma relevância tanto no contexto municipal quanto no mundial. “É importante a gente aprender a separar e educar. A assinatura é uma vitória, não só para nós, mas para muitas cooperativas e, principalmente, para a cidade e o país”, comemorou Gilda, que destacou ainda que o trabalho será realizado pela Coco&Cia por meio dos valores arrecadados pela TPA. “É uma questão humanitária, pois o catador não consegue renda para se manter e agora eles terão um trabalho com sustentabilidade, com dignidade. Vamos contribuir com a economia também, já que todo dinheiro é gasto na cidade. E não é só essa condição de trabalho, mas também de limpar o planeta, pois as nossas cidades precisam ser limpas”.
São Sebastião – O presidente da Cooperativa Coopersuss, de São Sebastião, Igor Alves Ribeiro, elogiou o trabalho da Coco&Cia pelo seu compromisso com o meio ambiente, economia e sustentabilidade e disse que é um modelo para ser seguido em todo o Litoral Norte. “Vamos levar essa referência para lá. É a oportunidade de fazer de fato algo que mude a realidade do público periférico e das comunidades. Que realmente a gente possa mudar vidas”.