Nova quarentena tem volta de parte das atividades para a região
RMVale é apontada na fase dois da reabertura comercial, classificada de “controle”, mas segue com isolamento em baixa
Wanessa Telles
RMVale
A RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba) registrou na última quarta-feira (27) 1.946 casos positivos da Covid-19. Mesmo com a avaliação do governo estadual, onde a região apresentou ritmo de infecção superior comparado ao da Grande São Paulo no mês de maio, os municípios pediram, no início da semana, a flexibilização da quarentena e reabertura das atividades comerciais. Anunciada na última quarta-feira, a “quarentena inteligente” colocou a região na segunda fase do Plano São Paulo, com a retomada de parte das atividades, ainda sob restrições.
Com o objetivo de definir os planos regionais de flexibilização, o governador João Doria (PSDB) anunciou para o próximo dia 1 a nova fase da quarentena contra o avanço do novo coronavírus, prorrogada até o próximo dia 15. Desta vez, o planejamento conta com permissão para a reabertura de parte das atividades econômicas, com flexibilização.
A medida denominada “retomada consciente” será aplicada de acordo com a situação de cada região. O plano é dividido em cinco etapas, vermelha com “restrição máxima”, laranja “controle”, amarela “flexibilização”, verde “abertura parcial” e azul “normal controlado”. A cada 15 dias, as regiões serão avaliadas considerando número de contaminações e mortes, e a taxa de ocupação das UTI’s. Ao cumprir com os critérios estabelecidos nas fases, as cidades poderão avançar para a próxima etapa e a quarentena poderá ser flexibilizada. Caso contrário, a região voltará para a fase anterior com adoção de restrições mais severas.
A RMVale foi apontada na fase dois, laranja, etapa identificada como “controle”. Segundo Doria, regiões que mantiverem ocupação nos leitos de UTI superior a 60%, poderão adotar a nova quarentena. As cidades também devem ter taxas de isolamento na média de 55% e redução de novos casos.
De acordo com o presidente do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba), e prefeito de Jacareí, Izaias Santana (PSDB), a RMVale conta hoje com capacidade hospitalar dentro das garantias para atender a demanda de pacientes da doença.
Santana frisou que a taxa de ocupação de leitos na região é de 30% em UTI e 20% em enfermaria e que a estrutura foi tema de pedidos de prefeitos ao Estado.
Na última terça-feira, em reunião do Conselho Municipalista, prefeitos de cidades-sede de 15 regiões do estado, por meio de videoconferência, debateram com o governador medidas para a crise.
Além do número de leitos disponíveis, outro índice para avaliação da condição de cada região paulista para a flexibilização é a taxa de isolamento.
A RMVale registrou queda na última quarta-feira (27). Enquanto o estado atingiu apenas 48%, o índice em São Sebastião foi de 61%, sendo a única cidade que permanece na casa dos 60%. Ubatuba com 57%, Cruzeiro 51% e Caraguatatuba com 50% seguem entre os vinte municípios com melhor saldo (mesmo com a queda nas últimas semanas da avaliação, realizada pelo Simi- Sistema de Monitoramento Inteligente). Outras cidades da RMVale avaliadas são Jacareí com 49%, Lorena 48%, Taubaté 46% e Guaratinguetá com 45% de isolamento.
O que abre – Na fase 2 do Plano São Paulo, a região poderá retomar parte das atividades de forma parcial e com o cumprimento de protocolos de segurança, de higiene e com redução de fluxo e horário.
Haverá a retomada do atendimento (a partir do próximo dia 1) em imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio (incluindo de rua) e shopping center. A indústria “não essencial” e construção civil retomam atividades por completo.