Mais de 60% das cidades na RMVale ainda não estão prontas para o 5G

Prefeituras precisam atualizar a lei municipal das antenas para conseguir disponibilizar o sinal em 2024

Antenas de repetição de sinal; cidades da RMVale precisam rever leis para receber o 5G (Foto: Reprodução EBC)

Jessica Alves
RMVale

A Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações) anunciou a liberação do sinal 5G em todas as 645 cidades de São Paulo. Apesar de as operadoras já poderem iniciar a prestação de serviços, um estudo realizado pelo governo estadual aponta que somente 15 das 39 cidades da RMVale estão preparadas para receber a tecnologia.

Além da instalação de novos equipamentos de transmissão, a preparação para que seja possível receber o sinal inclui a atualização da lei das antenas, que define diretrizes para a instalação de equipamentos de telecomunicação em áreas urbanas e rurais. Tendo em vista que a tecnologia 5G requer até dez vezes mais equipamentos que a anterior, é grande a necessidade de que as prefeituras definam, a partir da legislação, pontos estratégicos sua acomodação.

Segundo o diretor da empresa Myio, João Paulo Couto, que trabalha com soluções IoT (sigla em inglês para Internet das Coisas), o tempo de resposta do novo sinal é menor que o 4G, mas ele necessita que sejam instalados mais pontos de distribuição. Algumas empresas já estão assinando contratos com operadoras para espalhar replicadores do 5G pelo Brasil. “A projeção é que em 2024 tenhamos muitas ‘caixas’ instaladas, mas hoje temos poucas”, ressaltou o empresário.

Como meio de facilitar a chegada do sinal, Pindamonhangaba retirou a obrigatoriedade de autorização para instalação de miniERBs (mini-estações rádio-base) e tornou possível a utilização de espaços públicos para instalação de antenas: “Fomos eleitos o terceiro melhor lugar do Brasil para receber a tecnologia e já há em andamento projetos da Prefeitura para implementação de telecomunicação 5G na municipalidade”, afirmou o secretário de Tecnologia, Inovação e Projetos, Danilo Velloso.

Caraguatatuba é uma das cidades que ainda não atualizou sua legislação. Em entrevista ao G1, portal de notícias do Grupo Globo, a Prefeitura reconhece a necessidade de adequação da lei e já iniciou os estudos para o processo, porém destaca que depende significativamente das operadoras de telecomunicação para levar o sinal à cidade. “Conforme a regulamentação da Anatel, as operadoras têm até junho de 2029 para implementar a tecnologia 5G (trecho de nota)”.

Na região, as cidades que concluíram a atualização da lei são Bananal, Campos do Jordão, Cruzeiro, Jacareí, Lagoinha, Lorena, Paraibuna, Pindamonhangaba, Potim, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São José dos Campos, Taubaté, Tremembé, Ubatuba.

Enquanto isso, Aparecida, Arapeí, Areias, Caçapava, Cachoeira Paulista, Canas, Caraguatatuba, Cunha, Guaratinguetá, Igaratá, Ilhabela, Jambeiro, Lavrinhas, Monteiro Lobato, Natividade da Serra, Piquete, Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Santa Branca, São José do Barreiro, São Luiz do Paraitinga, São Sebastião, Silveiras ainda estão com o processo de adequação pendente.

Troca das antenas – Com a chegada do novo sinal, uma das necessidades é de que os moradores que ainda utilizam equipamentos analógicos troquem seus aparelhos pelos digitais. Essa medida é necessária devido ao futuro desligamento do sinal analógico por conta do risco de interferência no 5G.

Famílias beneficiárias de programas sociais do Governo Federal e inscritas no Cadastro Único podem realizar a troca gratuita dos equipamentos por meio de uma parceria com a empresa Siga Antenado. Para solicitar o serviço é preciso acessar o site sigaantenado.com.br ou entrar em contato com a empresa pelo telefone 0800 729 2404.

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