Inpe tenta compra de supercomputador para evitar tragédias como a de São Sebastião
Instituto prepara edital para aquisição de máquina de R$ 200 milhões; aparelho prevê o volume de água e a área exata que será atingida por chuva
Da Redação
RMVale
Com o objetivo de auxiliar na prevenção de mortes em desastres naturais, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) confirmou que busca a aquisição de um supercomputador capaz de ampliar a capacidade de previsão do tempo. Orçada em R$ 200 milhões, a máquina pode contribuir para que não ocorram tragédias como a registrada em São Sebastião, no mês passado.
Durante entrevista concedida ao portal de notícias do grupo Globo, o coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, Gilvan Sampaio, revelou que a instituição federal está finalizando a elaboração do edital de compra do supercomputador, projetado para realizar a previsão do tempo e do clima de maneira consideravelmente ágil e precisa. A expectativa do Inpe é que o edital seja publicado até o fim deste semestre e que a máquina esteja à sua disposição ainda neste ano.
O equipamento, produzido apenas no exterior, será adquirido por meio de recursos federais provenientes do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Segundo Sampaio, o supercomputador possui capacidade de apontar o volume de água e a área que será atingida por temporais, fato que possibilitaria a retirada de famílias de suas casas antes de tempestades, como a que castigou o Litoral Norte no último dia 18 e deixou um saldo de 65 mortos, sendo 64 em São Sebastião e um em Ubatuba. O equipamento conta ainda com o sistema ‘now casting’ (previsão imediata), capaz de promover uma previsão do tempo completa das próximas seis horas, podendo assim nortear as ações de prevenção da Defesa Civil e do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Atualmente, o Inpe conta com o supercomputador Tupã, adquirido pelo Governo Federal em 2010 por cerca de R$ 120 milhões, considerado por especialistas como ultrapassado. Cientistas do Instituto há mais de seis anos solicitam apoio federal para aquisição de um novo equipamento que pudesse executar equações e cálculos mais complexos, garantindo dados mais precisos sobre eventos meteorológicos, como tempestades e secas.