Hemocentro registra queda de 10% de doadores na região
Crise da pandemia reduz número de envolvidos na coleta de sangue; sistema aposta em campanhas para motivar população
Thamiris Silva
RMVale
Uma queda de 10% no número de doadores de sangue na região levou o Hemocentro de Taubaté a adotar alternativas para manter o estoque adequado. Com o avanço do contágio da Covid-19, a preocupação foi direcionada ao público qualificado para a doação e procedimentos para prevenção contra a doença.
Castigada pela pandemia, a rede pública de saúde tem registrado cirurgias adiadas e aumento da demanda de pacientes que precisam de transfusão. Em meio às dificuldades com a crise sanitária, o núcleo de Taubaté aponta para queda de 10% de voluntários, de acordo com a agente de captação de doadores do Hemocentro, Andreia Marta da Silva.
Andreia destacou que durante todo o ano de 2020, mesmo com toda a restrição contra o novo coronavírus, não houve falta de sangue, consequência do monitoramento diário no estoque para não deixar de atender a população. “Registramos até o momento que, por incrível que pareça, sem trabalhar nas fases de mais restrição, as pessoas realizam mais doações e quando houve o retorno da rotina, observamos uma queda”.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde não existem até o momento evidências que comprovam que o Covid-19 pode ser transmitido pelo sangue ou células troncos. Por esse motivo, as doações de sangue e medula óssea continuam com restrições.
No caso de contato direto ou indireto com o vírus, ou apresentar sintomas da Covid, o doador deve esperar 14 dias para realizar o procedimento no Hemocentro. Em caso de contaminação, a espera é de trinta dias.
Campanhas para motivar a população são realizadas durante todo o ano. Até o momento, a que mais se destacou foi a do mês março, realizada em parceria com os Batalhões de Infantaria do Exército da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), famílias de pacientes e igrejas protestante; que normalizaram o estoque daquele mês.
Em abril, as ações desenvolvidas até a publicação desta matéria contam com a participação da diocese e com os atletas do vôlei de Taubaté, que utilizam sua visibilidade nacional (a equipe acabou de se tornar campeã brasileira ao vencer o Minas no último domingo) para conscientizar a torcida e integrantes do time que realizam a doação.
O estudante de publicidade, Alan Luis Lima, 26 anos, foi uma das pessoas impactadas pelas campanhas realizadas em março. “Eu fiquei sabendo da doação através do ministério jovem da minha igreja, em um projeto chamado Missão Calebe, na campanha Vidas Por Vidas. Me interessei e fui fazer a doação no Hemocentro. Foi bem sossegado. Participei de uma entrevista e depois de uma semana recebi uma mensagem agradecendo pela atitude”.
Em seu site, o Hemocentro destaca que o plasma convalescente (parte líquida do sangue, que possui enzimas do sistema imunológicas contra infecções) de pessoas que testaram positivo para Convid-19 tem anticorpos que auxiliam no tratamento de internados.
A doação pode ser feita após trinta dias de alta médica, e ser transfundidas no paciente assim que for aprovado pelo laboratório do banco de sangue. “Taubaté já coleta o plasma convalescente de doadores. Pessoas que estiverem interessadas em realizar a doação devem comparecer ao hemocentro para avaliação”, lembrou Andreia Marta.
O interessado em doar deve ter entre 16 e 69 anos de idade. Menores precisam do consentimento do responsável. Além da restrição de idade, o voluntário deve pesar mais de 50 kg e estar saudável. No dia do procedimento é obrigatório levar documento oficial com foto.
Com todas as restrições adotadas, o Hemocentro de Taubaté garante estar preparado para receber os doadores com segurança, sem aglomerações, e em conformidade com as recomendações das autoridades sanitárias. O local permanece aberto e o agendamento pode ser realizado pelo site hemocentro.fmrp.usp.br.