Faltosos de segunda e terceira dose prejudicam imunização e RMVale fecha janeiro com 67 mil novos casos de Covid-19
Pinda é destaque negativo com 45 mil não tomaram dose de reforço; atenção sobre leitos também focam trabalho de conscientização na região
Marcelo Augusto dos Santos
RMVale
O ano de 2022 começou, mas uma realidade de 2021 continua prejudicando o trabalho da região contra a Covid-19, como o alto índice de faltosos de segunda e terceira dose na campanha de vacinação. Sem o esquema vacinal completo, a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) registrou 67 mil casos da doença no último mês.
Os municípios que mais apresentam resultados negativos, com alto índice de quem ainda não tomou a segunda dose são as cidades de Ubatuba (11.938), Caraguatatuba (9.793), Pindamonhangaba (9.074), Lorena (5.806), Guaratinguetá (4.770), Cachoeira Paulista (1.864) e Aparecida (1.828).
De acordo com o secretário de Saúde de Cachoeira, Dr. Rafael Carvalho Franco, está tendo uma boa adesão à vacinação dos adultos, mas existe ainda uma parcela da população que ainda não completou o esquema vacinal.
“Temos utilizados alguns recursos, como as redes sociais, carros de sons, as ESF (Estratégia Saúde da Família) dos bairros e canais de comunicação. Pedimos para que toda a população se atente às datas de retorno e complete seu esquema vacinal”, destacou o secretário.
No quesito de terceira dose, Pinda segue disparada como a cidade mais negativo de resultados na campanha, com 45.038, que ainda não compareceram para se imunizar. Os municípios de Caraguá (36.439), Guará (35.321), Lorena (24.951), Ubatuba (10.277), Aparecida (9.463) e Cachoeira (7.586) completam o pódio. Com índice alto, as redes públicas de atendimento aos pacientes com suspeitas e infectados pela doença começam a sentir o reflexo, como Hospital de Campanha de Guaratinguetá, que hoje conta com 90% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados.
Para o vice-presidente do departamento de infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Dr. Marcelo Otsuka, as pessoas que só tomaram a primeira dose no ano passado, podem estar sem proteção alguma.
“Ao longo do tempo, há sim uma queda na resposta imune e no caso do indivíduo que tenha tomado no começo do ano passado, quase um ano da primeira e única dose, com certeza essa resposta imunológica já deve ter praticamente sumido”, explicou.
Mesmo com essa possibilidade, o infectologista lembrou que as pessoas devem tomar a segunda e terceira dose, mas que deve ter um acompanhamento médico.
A redação do Jornal Atos procurou as cidades de Cruzeiro e Piquete para saber o índice de faltosos, mas até o fechamento desta edição não obtivemos resposta.
Covid – Com alto índices de faltosos em segunda e terceira dose, a variante ômicron, que circula pela RMVale, infectou 67 mil pessoas durante o mês de janeiro, uma alta de 1.820% na comparação com dezembro de 2021, que teve 3.494 contaminados. Mesmo com alta, o mês não foi o mais letal, pois 266 pessoas morreram pela doença. Maio de 2021 foi o mais complicado, pois 998 pessoas vieram a óbito naquele mês.