Cidades da RMVale enfrentam falta de teste para identificação da Covid

Prefeituras alegam dificuldades para compra de novos exames devido ao desabastecimento no mercado; Estado anuncia novas remessas

Testes para a Covid-19; cidades da região sentem falta de exames rápidos para identificar o coronavírus (Foto: Reprodução PMSS)

Marcelo Augusto dos Santos
RMVale

Com aumento na procura por atendimento de pacientes com suspeita de Covid-19, cidades da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) estão sem testes para identificar o novo coronavírus. A situação é a realidade dos municípios de Areias, Cruzeiro e Cachoeira Paulista. Para saber se a pessoa está ou não com a doença, o SUS (Sistema Único de Saúde) utiliza dois tipos de teste, o RT-PCR, na qual introduz haste com algodão no nariz e colhe material genético e o antígeno, que é mais conhecido como teste rápido.

Em Cruzeiro, a Santa Casa informou em nota que suspendeu a testagem de pacientes não internados e uma nova remessa já foi comprada. A cidade aguarda um posicionamento dos fornecedores.
“A alta transmissibilidade de doenças respiratórias causou aumento exponencial de casos, o que ocasionou o desabastecimento global de testes nos fornecedores. Desta forma, os testes que ainda estão em nosso banco de reserva serão realizados em pacientes hospitalizados (trecho da nota)”.

Também por nota, a cidade de Areias que está sem testes rápidos e os que ainda restam serão disponibilizados a casos graves “Os demais testes serão enviados para o Adolfo Lutz. Todos os pacientes serão acompanhados pela equipe da Saúde”.

Em outros municípios como Lorena, os exames que ainda estão disponíveis são encaminhados à Santa Casa de Misericórdia, que acolhe e trata os pacientes com Covid-19. “Ainda não está faltando teste aqui em Lorena. Nas unidades de saúde não tem (…) e a gente aguarda a chegada do Estado para nós. Até o momento a gente está conseguindo servir a Santa Casa, mas pode ter o risco de não ter amanhã em diante”, contou o secretário de Saúde de Lorena, Adailton José Pinto.

A realidade é a mesma de Potim, que está realizando os testes de acordo com pedido médico e seguindo o protocolo do Estado. A secretaria de Saúde reforçou que a quantidade de testes é limitada e será feita somente em casos extremamente necessários”.

Já em Cachoeira Paulista, a cidade chegou a emitir um alerta a população informando que os testes rápidos haviam acabado e com isso a testagem foi suspensa. Na última terça-feira (18), o prefeito Antônio Carlos Mineiro (MDB) foi a São Paulo e conseguiu trazer 1,5 mil unidades. “Ontem (terça-feira) fui à superintendência do Ministério da Saúde com José Carlos Paludeto, que me atendeu e liberou ‘in-loco’, na hora, os testes rápidos”, informou Mineiro. O prefeito frisou ainda que uma nova remessa chegará à cidade na próxima semana, enviada pela secretaria estadual de Saúde.

A redação do Jornal Atos procurou a secretaria de Saúde do Estado, que informou que está adquirindo dois milhões de testes de antígeno com previsão de entrega de metade do quantitativo ainda na primeira quinzena de fevereiro e do restante até a segunda quinzena. Mais um milhão de testes estão em fase de aquisição.

A pasta solicitou ao Ministério da Saúde 2,5 milhões de testes para fortalecer a política de monitoramento nas cidades paulistas.

Nova onda – De acordo com dados da secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a RMVale registrou um aumento de 160% no número de casos do novo coronavírus.

Segundo os dados, a região teve 938 pessoas hospitalizadas nos primeiros 16 dias de janeiro. A região acumula 22.264 casos confirmados e 53 mortes. A taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) voltou a subir e atingiu 57,1%, maior valor dos últimos seis meses.

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