Sem água em casa, população cobra Prefeitura para ter retomada do fornecimento em Potim
Administração garante que serviço deve ser normalizado até a próxima quinta-feira, mas nega que falha seja corriqueira; famílias protestam também por qualidade
Thamiris Silva
Potim
Falta de água, reclamações e promessas de soluções paliativas. Foi assim que boa parte dos moradores de Potim encerrou 2021 e começou 2022. Com previsão de retorno do fornecimento para a próxima quinta-feira (3), a Prefeitura tenta amenizar os danos com a contratação de um caminhão pipa para atender solicitação da população.
Os problemas com o saneamento básico são pontos de discórdia entre famílias da cidade e a administração municipal. A Prefeitura afirmou nas redes sociais que a falha na distribuição começou no último dia 22.
Em contrapartida, moradores apontam falta de água desde de dezembro. “Um absurdo neste calor. Nós passamos o Natal e o Ano Novo deste jeito também sem água. Até ligamos para reclamar, mas a Prefeitura faz pouco caso”, protestou a dona de casa Maria Aparecida Pereira, de 51 anos, que reside no município há mais de cinquenta anos.
De acordo com a Prefeitura, a falha no abastecimento de água é causada por problemas com origens diferentes. Entre os fatores que estão prejudicando o serviço, a obra de drenagem no bairro Miguel Vieira e o excesso de uso d’água. “Nesta época do ano aumenta muito a utilização de água, e assim nossos poços não conseguem suportar o consumo. A gente tem sete poços hoje operando, e um desses está operando menos de 50%”, justificou a falta do serviço a secretaria de Administração Raphaela Caroline Pedroso.
Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura afirmou que está ciente da falta d’água e salientou que o problema não ocorre em dias consecutivos ou em longos espaçamentos de tempo, e que cada residência pode ficar sem abastecimento no máximo por dois dias.
Outro problema antigo, a qualidade d’água, também é motivo de reclamações. “Esta água é muito nojenta, não dá para fazer nada com ela, nem para cozinhar dá porque a água é muito fedorenta”, revelou Maria Aparecida.
A Prefeitura é alvo de uma série de reclamações, como ruas que não são atendidas pelo serviço de abastecimento com o caminhão pipa e falta de publicações oficiais explicando o problema a população.
Chamada de “descaso” pelos moradores, a falta de solução para o problema ainda é acompanhada pelo medo de quem convive com a falta de água, mas evita reclamar em público, para evitar represálias. “Na verdade, aqui em Potim tá tudo muito errado, mas não quero que haja perseguições com minha família, então prefiro me calar diante de tudo que acontece”, contou uma moradora que não quis se identificar.
Segundo a Prefeitura, os problemas na distribuição de água serão solucionados com a concessão, que já está em andamento. “Estimamos que a empresa que ganhar a solicitação, em um prazo de seis meses, consiga fazer uma intervenção com resultado prático”, garantiu a secretária de Administração sobre a expectativa da Prefeitura.