Piquete confirma 48 casos de dengue e entra para grupo de cidades sob alerta

Com 530 notificações, município soma porcentagem para epidemia; Estado fica sem estoques

Placa na entrada do hospital de Piquete alerta para cuidados com a dengue; cidade faz parte de grupo de municípios que sofrem com a doença (Foto: Jéssica Dias)
Placa na entrada do hospital alerta para cuidados com a dengue; cidade sofre com a doença (Foto: Jéssica Dias)
Jéssica Dias
Piquete
A Vigilância Sanitária de Piquete divulgou na última semana o aumento nos casos de dengue. Ao todo foram 530 notificações, com 48 casos confirmados, um aumento alarmante em relação a 2018, que teve duas notificações e nenhum caso confirmado. A cidade faz parte do grupo de municípios da região afetados pelo aumento no contágio da doença em 2019, como Lorena e Ubatuba.A última ADL (Avaliação de Densidade Larvária) realizada em abril foi de 2,5, sendo que de acordo com o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes Aegypti), os municípios que registram índices entre 1 e 3,9 são classificados como em “situação de alerta”.Segundo o diretor técnico da Vigilância Sanitária, Leonardo Fabrício, o número já está acima do que seria o normal. “A Prefeitura disponibilizou carro para mobilidade dos agentes e mais seis máquinas para a nebulização. Agora acabou o veneno do Estado, o malathion. A orientação que a gente recebeu do Ministério da Saúde é para fazer ações de controle, visita casa a casa e orientação para população. A cidade está fazendo fumacê também, tem uma eficácia menor, mas também ajuda no controle”, explicou.A fórmula do malathion é diferente dos inseticidas encontrados nos supermercados, e sua distribuição é feita somente pelo Governo Federal, que compra o produto e distribui para os Estados, que repassa aos municípios. O inseticida normal é somente para controle de plantação com 3%, já o distribuído nas cidades contém 44%.De acordo com o diretor, a Vigilância Sanitária não conseguiu identificar quais casos são autóctones (contraído no município). “A população de Piquete praticamente não fica no município, trabalha em Lorena, em Cruzeiro, então eles acabam se infectando lá e trazendo para cidade. Os três primeiros não eram autóctones, porque duas tinham viajando para o Rio de Janeiro e uma para Jacareí”.Uma das dificuldades enfrentadas na cidade é a grande quantidade de lotes vazios sem limpeza que se torna local de despejo irregular de lixo. O prefeito em exercício, Agnaldo Almeida Mendes, o Xeroso (MDB) reclamou do problema com a limpeza na cidade. “Hoje, estamos com problema grave de dengue, e muita coisa está acontecendo por falta de limpeza. Tinha que ter feita uma prevenção antes. Estou com quarenta homens do 5° BIL (Batalhão de Infantaria Leve) de Lorena fazendo uma limpeza na Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), porque antigamente o comando cuidava de toda área, e agora passou para o município e não temos pessoas para poder cuidar, então eu pedi uma ajuda”.

Alerta regional – Em Lorena, o número de casos de dengue continua aumentando. O índice subiu de 80 para 123 casos confirmados da doença, todos autóctones. Desde o início do ano foram registradas 318 notificações, sendo que 41 aguardam resultado laboratorial e 154 casos foram descartados.
Em outras cidades, a situação é a mesma. Destaques para Ubatuba, que divulgou 176 confirmações, um aumento de 1173% em relação à 2018, quando foram registrados apenas 15 casos (leia nesta página).

Em Pindamonhangaba, a última informação da Prefeitura mostrou que a cidade teve 21 casos, com ADL em 3,6%. Já Guaratinguetá confirmou 11 contaminações, sendo 8 autóctones e 3 importados de Lorena, Piquete e Caraguatatuba. A ADL na cidade registrou 3%.
Em Aparecida, a Avaliação de Densidade Larvária foi de 2,6% e Cruzeiro 3%, com 41 notificações, 26 aguardando resultado e quatro confirmações.

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