Após polêmica com “fura-fila”, Isael Domingues exonera secretária de Saúde
Medida, anunciada pelo prefeito de Pinda nesta segunda-feira, segue versão municipal da Lei da Ficha Limpa
Bruna Silva
Pindamonhangaba
Após a exoneração do cargo administrativo, na última semana, causada pela polêmica do “fura-fila” no DRS (Departamento Regional de Saúde) de Taubaté, Valéria dos Santos também perdeu o posto de secretária de Saúde de Pindamonhangaba. O prefeito Isael Domingues (PL) decidiu também a exonerar, nesta segunda-feira. Um novo nome para assumir a pasta é aguardado.
Segundo pronunciamento do prefeito, uma das motivações da ação é o fato que o próprio Isael é autor, enquanto vereador, de um projeto que implantou a versão municipal da “Lei da Ficha Limpa” para os comissionados do Município. “Parece um pouco de incoerência se eu não seguir a Lei da Ficha Limpa Municipal. A minha decisão hoje é pautada numa lei municipal. Eu tenho que fazer isso. É dever de ofício fazer isso. Não que eu ache que a secretária tenha ou não tenha culpa, mesmo porque ela não foi julgada judicialmente”, ressaltou, após mencionar o processo administrativo na secretaria estadual de Saúde, que determinou a exoneração do serviço público.
Valéria estava na gestão municipal desde 2017, período em que Domingues assumiu a Prefeitura. Apesar da exoneração, o chefe do Executivo elencou diversos feitos da ex-secretária, como entrega das UPA’s (Unidades de Pronto Atendimento), Pronto Socorro Infantil, Pronto Socorro Gestante e o novo Gripário para atendimento de pacientes com Covid-19.
Na última semana, ela foi exonerada do cargo de administrativo, auxiliar de serviços gerais, por improbidade administrativa. De acordo com o levantamento do MP, Valéria estaria ligada a um esquema que furava a fila de exames e consultas na rede pública de saúde, em Taubaté, para beneficiar pacientes ligados ao ex-vereador tucano, Bilili Angelis, entre 2013 e 2016. Em seguida, ela deixou o cargo para assumir a pasta de saúde em Pindamonhangaba.
A defesa frisou que discorda da decisão estadual e protocolou um recurso pois “a pena de demissão advém de um processo administrativo injusto, impulsionado por motivações políticas. Valéria dos Santos é inocente. Seu caso ainda não foi analisado e julgado pelo poder Judiciário. Portanto, nenhuma acusação foi comprovada. Não existe razão para a demissão”.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura ainda não havia confirmado um novo nome para a chefia da pasta de saúde.