Sem dinheiro, Lorena não terá campanha de Natal

Doação de banco custeia decoração e lojas terão ações independentes para atrair consumidor

Consumidores aproveitam promoção em loja de calçados; lojistas buscam estratégias como recuperação de crédito (Francisco Assis)
Consumidores aproveitam promoção em loja de calçados; lojistas buscam estratégias como recuperação de crédito (Francisco Assis)

Da Redação

Lorena

 

Uma matéria do Jornal Atos publicada em junho, mostrou que um levantamento do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) indicava o comércio ainda como o respiro da economia de Lorena.

O levantamento, com base em dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) e que leva em conta dados entre 2007 e 2015, revelou que o setor era na época, a principal atividade econômica na cidade. São 3.756 estabelecimentos formais, o que corresponde a 47% das empresas lorenenses.

Quatro meses depois, a cidade ganhou um shopping (leia texto nesta edição), mas a sequência da crise tem abalado a expectativa dos comerciantes.

Nem mesmo a aproximação do Natal elevou a expectativa do mercado. Na cidade, a data deve ficar até mesmo sem uma campanha no comércio, devido à falta de recursos.

“As campanhas estão comprometidas com a situação econômica do país. A Prefeitura não tem dinheiro. A Acial (Associação Comercial Industrial de Autônomos e Liberais de Lorena) não tem verba. Ano passado arcamos com a parada, mas como neste ano, os valores triplicaram, não podemos participar”, contou o presidente da associação, Sergio Rocha.

Na tentativa de buscar uma estratégia junto aos comerciantes, a Acial chegou a realizar uma reunião, com a participação da Prefeitura, mas apenas dois lojistas compareceram. “Isso aconteceu mesmo com a ampla divulgação que fizemos. Só dois apareceram. O que eles precisam saber é que, a campanha do shopping é uma realidade, porque é a própria gestão do Eco Valle que faz. Já a do comércio da cidade, fica a cargo da secretaria de Cultura e da Associação Comercial, mas hoje não há dinheiro”.

A única verba disponibilizada na cidade veio de doação do Banco do Brasil. São R$ 10 mil que ficarão a cargo da secretaria de Cultura para a decoração no centro, que serão completados com materiais que sobraram da campanha de 2014, quando a Acial chegou a realizar a Parada de Natal, com carros alegóricos temáticos e a presença de um Papai Noel. “Os comerciantes terão que se reunir para fazer sua parte na decoração”, frisou Rocha.

A opinião tem apoiadores entre os comerciantes. A proprietária de uma loja de brinquedos destacou a necessidade dos lojistas em se movimentar para atrair o consumidor. “Nós cobramos muito o poder público e temos que cobrar mesmo, mas os comerciantes também tem que fazer a sua parte. Principalmente em momentos como esse, em que temos que sair da zona de conforto e se arriscar”.

Até esta semana, poucos estabelecimentos haviam colocados em prática campanhas de Natal. Uma loja de calçados já iniciou o trabalho vinculado a principal data no calendário do comércio.

A estratégia não foge à regra: promoções, descontos, alongamento dos prazos e outras formas de crediário. “Já trabalhamos com uma campanha definida pela rede, mas sabemos que este será um ano complicado. Se conseguirmos atingir o patamar de vendas do último ano, já será muito bom, porque agora há a falta de dinheiro e quem tem, está segurando”, comentou o gerente da loja.

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