Prefeitura e Unifatea buscam novo processo de restauração do Solar Conde Moreira Lima
Em parceria com Município, Fundação Olga de Sá contribui para busca de parceiros e na gestão da obra no espaço histórico de Lorena; projeto de 2018 foi aprovado em 2020
Da Redação
Lorena
Uma parceria entre a Prefeitura de Lorena e o Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila) através da Fundação Olga de Sá, promete possibilitar a restauração e ampliação do Solar Conde Moreira Lima, prédio que recebe a Casa da Cultura. A assinatura do Termo de Intenções para futura contratação de projeto cultural foi definida na última semana.
O Casarão, como é conhecido na cidade, teve a proposta de restauração feita pela Prefeitura, em 2018, sendo aprovado em março de 2020. A expectativa é de que em alguns anos pode levar a recuperação total do espaço. A fundação deve contribuir para o apoio institucional na busca de parceiros, tanto em âmbito público quanto privado e, posteriormente, na gestão do restauro.
Na cerimônia, realizada na própria Casa da Cultura, assinaram o termo o prefeito de Lorena Sylvio Ballerini (PSDB), a secretária de Cultura e Turismo, Juliana Barbosa e a presidente da Fundação Olga de Sá, Irmã Zenilde Aparecida Fontes. “Demos início ao processo. Ele é longo, mas necessário. A partir de uma contratação, a fundação escreve um projeto cultural com apoio e parceria de empresas e profissionais renomados da área e somados a expertise do curso de arquitetura e urbanismo do Unifatea. O projeto será submetido à secretaria Especial de Cultura, do Governo Federal. Após a eleição pela pasta para receber recursos, podemos então dar início à captação para realização das obras”, explicou o professor, doutor José Ricardo Flores Faria, diretor executivo da Fundação Olga de Sá.
Entre os parceiros para auxiliar a fundação na captação de recursos está a Arquitetura Plena, da cidade de Taubaté. “Após a captação, e antes da restauração, algumas obras emergenciais precisam ser feitas. Após esse caminho percorrido vamos dividir a obra em etapas. Vai ser preciso paciência devido ao tempo, pois trata-se de restauro, mas está tudo bem encaminhado e todos estão muito empolgados em manter essa história viva”, comentou Ana Maria Guimarães, da Arquitetura Plena. “Se não restaurar, se não preservar não teremos identidade, precisamos ter consciência de conservar o patrimônio da região”, completou.
Para a Prefeitura, a união de forças será o diferencial neste caminho. “Sou suspeito para falar, sou salesiano, fui aluno, ex-professor. Sei que juntos nós podemos fazer muitas coisas boas por Lorena”, afirmou o prefeito Sylvio Ballerini.
Já a secretaria de Cultura e Turismo comemorou a chance de no próximo centenário da Casa da Cultura, o espaço ser totalmente novo. “Não tem como não se emocionar dentro dessa casa. A principal questão para mim em tudo isso é o respeito pela história. Não teria ninguém melhor de respeito e amor do que a fundação para fazer esse trabalho junto da Prefeitura”.
Para a vice-reitora do Unifatea, Irmã Zenilde Fontes, a presença das Salesianas na cidade tem marcado diariamente a transformação necessária e o acolhimento a todos. “Este trabalho nos conecta com a alma da cidade, com a história, com a caridade que marca nomes e personalidades que passaram por aqui, além de mais uma vez destacar a gestão da família do Conde Moreira Lima e da Viscondessa Carlota de Castro Lima que doaram terrenos para construção de escolas da congregação da família salesiana e para a construção da Santa Casa de Misericórdia, gerida por mais de cem anos pelas Irmãs Salesianas”, lembrou.
Solar – No prédio estão calcados importantes pilares da história da Terra das Palmeiras Imperiais. Considerada uma das construções antigas mais belas de todo o Vale do Paraíba, o Solar Conde de Moreira Lima guarda em suas paredes e em cada um dos seus cantos, fragmentos da história de Lorena. Nele hospedaram-se o Imperador Dom Pedro 2º, a Princesa Isabel, a Imperatriz Teresa Cristina e o Conde d’Eu.
Foi residência pessoal do Conde Moreira Lima, um dos mais ilustres nomes da história da cidade e região, legado por testamento à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia em 1926 e hoje, pertence à Prefeitura de Lorena. O casarão foi construído em 1831, de estilo neocolonial para neoclássico. Neste solar, no distante século 19, o Conde promoveu festas e bailes.
O sobrado foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico), em 1975 e há anos tem abrigado a sede da secretaria de Cultura e Turismo de Lorena e um acervo com materiais utilizados pelo Conde e sua família.