População denúncia uso de drogas, sexo e más condições em parques de Lorena

Espaços são alvos de reclamações sobre invasões e falta de preservação em estrutura reinaugurada há menos de dois anos

Único servidor fazendo a limpeza do Parque Ecológico Mondesir; espaços são foco de denúncias (Foto: Thamiris Silva)

Thamiris Silva
Lorena

Com a fase de transição prorrogada pelo governo do Estado no último dia 28 (até o próximo dia 9), permitindo a flexibilização de atividades e serviços, os parques voltaram a ser atrativos para as famílias durante a pandemia. Mas os cuidados com os espaços já estão no foco de reclamações. Em Lorena, não são poucas as denúncias sobre a falta de manutenção e fiscalização.

Os três principais parques (Água Do Barão, Parque Ecológico Mondesir e Taboão) têm registrado aumento na procura de quem busca uma opção de lazer. Mas problemas como más condições das áreas e a presença de usuários de drogas tem inibido a utilização do local pelos moradores.

Entregue me 2019, após oito anos fechado, o Parque do Mondesir é um dos pontos das reclamações que chegaram à redação do Atos. A reabertura do espaço público era uma antiga reivindicação da população, que sofria com a falta de opções gratuitas de lazer no município e via a área degradada por anos de fechamento.

Com investimento de R$ 248 mil, sendo R$ 150 mil do Estado e R$ 98 mil do município, o local recebeu melhorias como as construções de um estacionamento de 922 m², dois banheiros, calçamento externo, guarita, portal de entrada e uma pista de caminhada de mais de 900 m². Além destas modernizações, também foi implantado um sistema de iluminação que conta com 54 postes.

Um ano e oito meses depois, a condição do espaço já recebe críticas de frequentadores. A utilização indevida, com consumo drogas e prática sexual entre invasores são problemas antigos já denunciados à Prefeitura.

Além do problema com o mau uso, moradores relatam que o parque não recebe manutenção, como o corte da grama no interior e exterior do local, poda das árvores e troca das lâmpadas danificadas, desde janeiro.

Com 932m² de extensão, o parque conta com apenas um funcionário para a manutenção diária do local, o que prejudica a excelência do serviço. Entre as atividades que o servidor consegue realizar, a varredura e a limpeza dos banheiros.

Sobre a estrutura de segurança, o parque conta com videomonitoramento instalado pela associação de moradores. A vigilância do local é feita pelo COE (Centro Operação Especializadas), que possui sistema interligado à secretaria de Segurança Pública, o que não impede situações como a demora de quase duas semanas para a troca de lâmpadas que apresentaram falhas, de acordo com relato de moradores próximos ao parque.

Moradora do bairro há mais de um ano, Carina da Silva, 36 anos, protestou contra o que chamou de abandono do parque. “Está abandonado desde a nova gestão. O parque está sujo, com o mato grande, está com mato nas laterais. O rapaz (servidor) está sempre varrendo, mas quando está aberto o parque, o funcionário não dá conta”.

Mato alto está entre as reclamações de moradores de Lorena (Foto: Thamiris Silva)

Carina apontou ainda a necessidade de melhor organização sobre o cronograma do parque. “No domingo, teve muita gente aqui e o parque estava fechado. Achei uma sacanagem, porque às vezes a pessoa vem de longe. Hoje, eu poderia estar com minhas filhas lá dentro para elas usarem o espaço, mas está fechado”.

Segundo moradores, a Prefeitura foi informada pela associação do bairro sobre a necessidade de limpeza do local. A administração municipal deu o prazo de uma semana para realizar a atividade (ação que não havia sido cumprida até o fechamento desta matéria).

Invasão – Famílias da Vila Hepacaré, vizinhos do Água do Barão, reclamam de frequentadores que utilizam o espaço para consumir drogas. Segundo relatos, eles chegam a pular a grade que cerca o parque para o uso indevido do lugar, até mesmo no período que está fechado. “Fui uma vez no parque com meu filho e irmão. Próximo à fonte, no fundo da Água do Barão, vimos pessoas usando drogas. Fiquei com medo do meu filho ver. Ele tem apenas quatro anos, depois disso decidi não voltar mais”, afirmou uma moradora do bairro, que não quis se identificar por medo de represálias.

Responsável pela administração dos parques, a Prefeitura contratou duas pessoas que ficariam a cargo dos cuidados, além de abrir e fechar o local. A manutenção da Águas do Barão é realizada diariamente.

A reportagem do Jornal Atos procurou a Prefeitura para buscar informações sobre os parques, mas não teve respostas até o fechamento desta edição.

 

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