Parceria entre USP, Unisal e Prefeitura cria aplicativo para segurança de universitários
Projeto tem comunicação direta com forças policiais; benefício deve ser lançado em dezembro
Rafaela Lourenço
Lorena
Para reforçar a segurança na cidade, com o foco nos universitários, a Prefeitura de Lorena em parceria com alunos da EEL USP (Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo) e Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo) deve lançar um aplicativo para atender ocorrências ligadas aos estudantes, ainda este ano. O canal terá comunicação direta com a Guarda Civil Municipal e as polícias Militar e Civil.
O aplicativo funcionará como uma ferramenta de auxílio aos trabalhos de prevenção e combate à criminalidade com a localização em tempo real, emissão de sinal de alerta e avisos de ocorrências. Inicialmente, apenas os universitários terão acesso ao sistema que trabalhará com inteligência artificial para identificar locais de maior vulnerabilidade e articular o contato direto com os órgãos da Segurança Pública.
Todas as universidades e faculdades do município serão cadastradas e através do RA (Registro do Aluno), o universitário terá acesso aos serviços.
O projeto teve início há cerca de quatro meses, após a estudante de engenharia de produção do Unisal, Ingrid Rocha, realizar um trabalho em grupo sobre impacto social na universidade. Ela contou que se interessou pelo assunto e procurou pelo secretário de Segurança Pública, major Carlos Adriany Lescura para saber das necessidades do município. “Nossa interface é para ajudar. Ao invés de ligar para a polícia, você já pode acionar pelo aplicativo. Mas isso também não substituiu um boletim de ocorrência quando necessário”, salientou.
A elaboração segue nos tramites finais pela empresa Gama Junior Engenharia, um trabalho de extensão de cerca de oito alunos da USP. De acordo com o estudante do segundo ano de engenharia física e presidente da Gama, Igor Cardoso, um dos objetivos do aplicativo é orientar os alunos de outras cidades que chegam a Lorena sem conhecê-la, sem ter contatos e também auxiliar as forças públicas a tomarem as devidas medidas. “A ideia é que seja em tempo real o mapa de calor, por exemplo, fui furtado na avenida Dr. Peixoto de Castro, aí cadastro a hora e local para outros possam interagir com o mapa e possam traçar uma rota mais segura”.
Além das polícias e da GCM, cada estudante poderá cadastrar quatro números de contato para receberem o mesmo sinal de alerta quando emitido.
Para Lescura este serviço será um divisor de águas para Lorena. “Esses universitários tem um potencial enorme. Em São Paulo tem um projeto semelhante a este, fiquei sabendo, coincidentemente a Ingrid me procurou e propus para ela fazer algo para atender os universitários. Seguimos com essa parceria entre as universidades”.
De acordo com o secretário, a cidade conta com cerca de dez mil universitários e que ele tem feito contato com as instituições para no próximo mês apresentarem o projeto concluído.
A ideia é oferecer e explicar o serviço para todas as classes e iniciar uma campanha de conscientização e defesa pessoal. “Vamos mostrar primeiro para os reitores, diretores, eles farão um teste e depois a gente pega (sic) grupos de cada faculdade para fazer o primeiro teste. Isso em dezembro até no começo do ano, explicou Ingrid”.
Segundo Cardoso, o projeto é social e todos os custos serão para investimento na ideia como um sistema de segurança de dados e criptografia. “Precisamos saber a dimensão, o impacto e repercussão até mesmo para colocar um sistema de segurança pertinente e ai mensurar valores. Mas para manter o funcionamento seria de R$ 2 mil a R$ 5 mil”.
Os jovens e o Executivo buscarão patrocínios e apoios de investidores e empresários. Lescura explicou que conversou com o departamento jurídico da Prefeitura e, devido à burocracia, o apoio financeiro municipal poderia atrapalhar a implantação do serviço.