Fábrica abandonada vira reduto de usuários de crack em Lorena

Moradores cobram providências sobre área particular há mais de um ano; Prefeitura destaca que só pode interferir em caso de denúncias oficiais

Restos do prédio que recebia a fábrica Dental Prev, fechada após falência, declarada em 2016; local virou acolhida para dependentes químicos (Foto: Lucas Barbosa)
Restos do prédio que recebia a fábrica Dental Prev, fechada após falência, declarada em 2016; local virou acolhida para dependentes químicos (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa
Lorena

Pouco mais de nove meses após decretar falência, o prédio da antiga fábrica Dental Prev, em Lorena, tornou-se uma grande dor de cabeça para os moradores do Parque Mondesir. As famílias da região relatam que o local abandonado é hoje reduto de usuários de crack durante a noite.

No início de setembro de 2016, o proprietário da fabricante de produtos de higiene pessoal, Antônio Durigan, decretou a falência da empresa, alegando problemas financeiros. Desde então, o prédio, localizado na estrada Santa Terezinha, passou a ser saqueado e vandalizado. Foram furtadas a estrutura metálica, fiação elétrica, canos, maquinários, bloquetes de concreto, portões e grades. O restante da mercadoria, como creme e fio dental, também foi levado.

No final de outubro, o Jornal Atos publicou uma matéria mostrando a indignação das famílias do bairro, que cobravam que o local fosse demolido ou pelos menos isolado, já que usuários de drogas haviam tomado a área.

De acordo com uma nutricionista, que pediu para não ser identificada, temendo represálias, a situação piorou nos últimos meses. “Quase toda a noite eu e o meu marido vemos várias pessoas suspeitas entrando e saindo da fábrica. Essa situação tem obrigado muitos moradores a deixarem de fazer exercícios próximo a lagoa, por medo de serem assaltados ou até mesmo arrastados para dentro da fábrica”.

O especialista em logística, Fernando dos Santos, 28 anos, cobrou uma solução por parte do poder público. “Já que o dono simplesmente abandonou isso aqui, a Prefeitura ou a Justiça deveriam mandar demolir ou pelo menos cercar a fábrica. Todo mundo que passa a noite vê o pessoal entrando pra usar droga. Já vi a Polícia Militar aqui, mas fica difícil eles trabalharem porque os usuários podem fugir por três ruas em que a fábrica dá acesso”.

A reportagem do Jornal Atos esteve no interior do prédio na última terça-feira, onde encontrou a carcaça de um carro em um dos cômodos. Além disso, a maioria das paredes foram pichadas.

Providências – Em nota oficial, a Prefeitura de Lorena informou que não existe nenhuma denúncia registrada no setor de fiscalização municipal ou na secretaria de Assistência Social sobre a situação que ocorre na fábrica desativada. O Executivo ressaltou que o prédio é de propriedade privada e está envolvido em ações judiciais.

Além disso, o Município só pode se manifestar se houver uma denúncia oficial, o que não ocorreu até o momento, porém, preocupada com a situação, a Guarda Civil Municipal tem realizado rondas periódicas nas imediações do imóvel e realizando abordagens a indivíduos em atitudes suspeita.

O Jornal Atos solicitou à Polícia Militar um posicionamento sobre a situação e dados do patrulhamento na região da Dental Prev, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi encaminhada.

O ex-proprietário da fabricante de produtos de higiene pessoal, Antônio Durigan, não foi localizado para comentar o caso.

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Um comentário em “Fábrica abandonada vira reduto de usuários de crack em Lorena

  • 15 de julho de 2020 em 14:05
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    Gostei do tema de sua divulgação, gostaria de ver se é pertinente para meu site.

    Sds.

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