Elcinho acusa ex-vereador que o investigou de roubar documentos da Câmara de Lorena

Com CPI aberta, Coelho garante ter apenas cópias de material resultado de inquéritos contra Vieira

O ex-vereador Carlos Coelho (à esquerda), acusado por Elcio Vieira de pegar documentos da Câmara; denúncia tem abertura de CPI (Foto: Arquivo Atos)
O ex-vereador Carlos Coelho (à esquerda), acusado por Elcio Vieira de pegar documentos da Câmara; denúncia tem abertura de CPI (Foto: Arquivo Atos)

Francisco Assis
Lorena

Os vereadores de Lorena aprovaram a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para descobrir o destino de documentos da legislação passada. O autor do pedido, Elcio Vieira Junior, o Elcinho (PV), acusou o ex-vereador Professor Carlos Coelho (PT) de roubar papeis referentes à licitações, compras e prestação de contas entre os anos de 2013 e 2016. No mesmo período, Coelho foi presidente de uma comissão que investigou supostas irregularidades cometidas contra o patrimônio da Câmara, durante a presidência do próprio Elcio Vieira.

O requerimento, que pediu a abertura do inquérito para apuração de provável desaparecimento de arquivos permanentes, foi aprovado por unanimidade. A comissão foi formada de forma voluntária pelo autor do pedido, além de Samuel de Melo (PTB) e Fábio Longuinho (PSC) e deve ouvir funcionários e o ex-vereador, com um prazo de 180 dias para conclusão do relatório, com direito a prorrogação, se necessária.

Na tribuna, Vieira atacou o ex-vereador, acusando Coelho de roubo. “Em 2013, o vereador do PT fez uma CPI e catou os documentos para, em tese, prejudicar este vereador (o próprio Elcinho), só que ele pegou, levou pra casa e não devolveu mais. Vamos apurar o porquê ele roubou os documentos públicos”.

Além de criticar o ex-colega de plenário sobre atos na Câmara, o autor da acusação chegou a questionar ações de Coelho na vida particular. “Qual a intenção dele? O ‘cara’ usou destes artifícios para prejudicar este vereador e roubou documentos, isso é típico de um picareta, de um hipócrita”, e seguiu: “Se simplesmente rouba um documento público, imagina o que não rouba na vida particular?”

Dois dias após as declarações do vereador do PV na tribuna, Carlos Coelho ainda não tinha conhecimento das acusações. Ele se disse surpreso, já que o conteúdo analisado teria sido entregue ao Ministério Público. “Se já foi aprovado a comissão, eu teria que ter acesso a esses documento. Na verdade nem tenho o que dizer. Todo o resultado das investigações que fiz está na Câmara e no MP”.

O petista contou que tem sim posse de dados da Casa, mas apenas de cópias daquilo investigado por ele próprio. “O que foi concedido foram cópias dos processos e eu vou falar isso, se for chamado. Isso em todos os processos, nas comissões, tudo está no Ministério Público e a Câmara tem acesso. Agora, se sumiram com documentos, ele vai ter que provar isso que falou”.

Investigações – Eleito em 2012, Carlos Coelho assumiu uma das 17 cadeiras no ano seguinte, quando passou a coordenar um trabalho que investigou os investimento da gestão de Elcio Vieira, entre os anos de 2009 a 2012. Presidente de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) sobre supostas irregularidades cometidas contra o patrimônio da Câmara, o petista apurou uma doação do Legislativo de quase cem equipamentos e móveis à Sabhor (Sociedade Amigos do Bairro do Horto), considerados “inservíveis” pelo setor de patrimônio. O que intrigava a comissão é que os 98 itens doados, avaliados em R$ 63 mil, não foram encontrados pelos vereadores durante uma visita a sede da Sabhor.

Outra denúncia feita pelo ex-vereador foram de atos ilegais na contratação de empresas para a prestação de serviços e gastos considerados exorbitantes, em cerca de R$ 860 mil, nas obras de manutenção da Câmara. Coelho apresentou documentos relativos ao projeto de restauração e melhorias, que não teriam sido colocadas em prática e, consequentemente, não correspondiam ao valor supostamente investido na realização das obras.

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