Ary Toledo leva velha arte do riso a Lorena

Em cartaz há cinco anos, espetáculo “Ary 5.2” tem apresentação única no Teatro São Joaquim

Em frente ao microfone, uma rajada de bom humor há mais de 50 anos (Foto: Divulgação)
Em frente ao microfone, uma rajada de bom humor há mais de 50 anos (Foto: Divulgação)

Rafaela Lourenço
Lorena

O humorista Ary Toledo estará em Lorena neste sábado, às 21h, com o espetáculo “Ary Toledo 5.2”, no teatro São Joaquim. A apresentação única é dirigida ao público adulto e traz um apanhado do melhor de um dos maiores nomes da arte de fazer rir no País.

Ary Toledo começou sua carreira como ator aos 22 anos e posteriormente ingressou no mundo do humor. Antes da “Era Digital”, que facilitou a aparição de novos nomes do humor pelo Youtube (Rafinha Bastos foi “descoberto” por meio da plataforma de vídeos) e o acesso ao arquivo de outros nomes das piadas, Ary chegou a compilar mais de trinta mil piadas que contava em shows, discos, programas de TV e livros. Atualmente, o humorista e piadista possui um acervo de 65 mil piadas.

Sua história humorística começou na década de 1960 e acompanhou toda a evolução do humor no Brasil. O ícone das piadas está com o espetáculo “5.2” em cartaz há cerca de cinco anos, contagiando públicos nacionais e internacionais, com direito a uma recente e curiosa passagem pelo Japão, que ele destacou em entrevista ao Jornal Atos.

Em Lorena, quem quiser conferir (e rir) com Ary, deve correr. Os ingressos antecipados custam R$ 45. A meia entrada para estudantes e idosos terão o valor de R$30 e inteira R$ 60.

Jornal Atos – O que o público vai encontrar na apresentação deste sábado?
Ary Toledo – O espetáculo tem muita piada, tem monólogo, música e efeitos especiais, com duração de 1h30. É muito divertido e tem feito muito sucesso pelos lugares que tenho me apresentado.

Atos – Essa não é a sua primeira vez na região. Tem alguma novidade relacionada aos temas abordados no espetáculo?
Ary – O espetáculo não é só piada, é uma série de coisas dentro do show que resulta no divertimento do público. E a política está sempre presente, por exemplo, esse que dura 1h30, são dedicados 15 minutos para a política e políticos brasileiros, e é o que mais agrada a plateia.

Atos – Você que tem grande experiência com o humor, busca mesclar as características antigas com as novidades do mercado?
Ary – Estou há 52 anos fazendo este tipo de humor. Quando comecei tinham poucos humoristas, pouquíssimos, dava pra contar nos dedos da mão do Lula (risos). Hoje nós temos muitos. Nós temos mais de mil “stand-upeiros” fazendo humor no Brasil e isso é muito bom né, porque precisam aparecer humoristas novos, se não os nossos netos vão rir de quem?

Atos – Houve uma ascensão do stand-up, e atualmente os humoristas estão diversificando com antigas características do humor. O que você acha destes trabalhos e quais você acompanha?
Ary – Há mais de mil stand-ups no Brasil e vão sobreviver apenas os bons. É muita quantidade para pouca qualidade, mas nós temos bons profissionais sim, como o Marcelo Medici, Rafinha e o Danilo. A maioria absoluta não vai sobreviver porque acham que são humoristas, mas no fundo mesmo não são. São intrometidos no nosso meio. São “bicões” da arte de fazer rir.

Atos – Entre as formas de fazer humor, o stand-up é um movimento antigo?
Ary – É, o stand-up brasileiro é mais velho do que o americano. Dizem por aí que o stand-up brasileiro tem raiz americana, mas não tem não! O americano tem trinta anos e o nosso tem sessenta.

Atos – Você vem de uma recente passagem pelo Japão. Como foi se apresentar neste país?
Ary – Foi uma turnê vitoriosa. Estive em cinco cidades do Japão e em todas elas com “casa cheia”. O espetáculo foi feito para a colônia de brasileiros que moram e trabalham lá, né, então foi feito no nosso idioma. E têm muito brasileiro no país, uns trinta mil. Ano que vem eu volto pra lá!

Atos – Durante sua carreira sempre houve turnês estrangeiras para colônias brasileiras?
Ary – Sim, tem brasileiro em todo lugar (risos). Eu já fiz espetáculo nos Estados Unidos, África, Portugal, entre outros países. Sempre tem muito brasileiro. Tem brasileiro espalhado no mundo inteiro (risos).

Atos – E qual foi o lugar que mais te marcou?
Ary – Ah, o que eu mais achei interessante foi o Japão, porque eu via os caras com cara de japonês e eram brasileiros, mas brasileiro com cara de japonês (risos)! Eles riam muito, aí eu pensava assim: “Nossa eles estão entendendo tudo o que eu estou falando”, só que eu estava falando o idioma deles, eles eram brasileiros.

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