Sete cidades são classificadas em situação de alerta para dengue

Ministério da Saúde avalia número de larvas encontradas; Cruzeiro, Guará e Lorena temem enfrentar nova epidemia em 2019

Agente durante trabalhos de combate à dengue (Foto: Reprodução)
Agente durante os trabalhos de combate à dengue (Foto: Reprodução)

Lucas Barbosa
Regional

Um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde revelou que sete municípios do Vale do Paraíba correm o risco de enfrentarem epidemias de dengue, zika e chikungunya em 2019. O estudo apontou que as cidades da região em situação mais preocupante são: Cruzeiro, Guaratinguetá e Lorena. Com índice pouco menor, Aparecida e Pindamonhangaba também estão em alerta.

Criado em 2013 pelo Governo Federal, o LIRAa (Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes Aegypti) exige desde 2017 que os municípios que tenham mais de dois mil imóveis realizem vistorias nos locais em busca larvas do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Após o serviço, denominado ADL (Avaliação de Densidade Larvária), e que é realizado três vezes ao ano, os agentes das vigilâncias epidemiológicas informam ao Ministério da Saúde a média de quantas larvas do mosquito foram encontradas em cada cem imóveis averiguados. Através destas estatísticas, a pasta avalia a situação de cada uma das cidades.

De acordo com a metodologia do estudo, os municípios que registram índices entre 1,0 e 3,9 são classificados como em “situação de alerta”.
Divulgado pelo Governo Federal, no último dia 14, o LIRAa apontou que Cruzeiro, Guaratinguetá e Lorena estão em situação preocupante já que registraram índices de 3,0 (três larvas do mosquito por cem imóveis vistoriados).

Entre as três cidades, Cruzeiro foi a única que teve casos de dengue em 2018, tendo sete moradores infectados.
Buscando evitar que o município enfrente uma epidemia da doença como a de 2013, quando foram registrados mais de dois mil casos e três mortes, a Prefeitura realiza regularmente campanhas de conscientização e vistorias em todos os bairros.

Com um trabalho semelhante de combate aos criadouros do Aedes Aegypti e de incentivo ao apoio popular, Guaratinguetá conseguiu reduzir consideravelmente o número de casos nos últimos anos, principalmente em comparação com 2015, quando a cidade enfrentou uma epidemia com 1.179 infectados. Em 2017, o número de registros caiu para 13.

Outro município que sofreu um surto de dengue em 2015 foi Lorena, que contabilizou 2.346 casos. À época, soldados do 5° BIL (Batalhão de Infantaria Leve) chegaram a atuar na fiscalização dos imóveis da cidade.

No ano passado, o número de moradores vítimas de dengue foi de 83.

Para a gerente da Vigilância Epidemiológica de Lorena, Helen Colino, o índice do LIRAa evidencia a necessidade da união entre o poder público e a população para tentar afastar o “fantasma” de uma nova epidemia. “Infelizmente muitos moradores não seguem as recomendações dos agentes    e facilitam a proliferação do mosquito. Apesar de não termos nenhum caso este ano, estamos intensificando nossas ações nos últimos meses para tentar aumentar a conscientização de parte da população sobre a importância de mudarem de comportamento”.

Região – Segundo dados da LIRAa, as outras quatro cidades que também foram classificadas em “situação de alerta” no Vale do Paraíba foram Aparecida (2,6), Taubaté (2,0), Caçapava (1,7) e Pindamonhangaba (1,3).

Em Aparecida o resultado preocupa as autoridades, já que bairros que recebem muitos visitantes a cada semana apresentaram um volume acima do normal de larvas do Aedes Aegypti.
Com as amostras em mãos, a secretaria da Saúde da cidade estuda mecanismos e ações para acabar com as larvas e conscientizar a população local e os romeiros que chegam a cada dia.

Até o fechamento desta edição não foram confirmados nenhum caso de zika, febre amarela ou chikungunya. Sobre a dengue, a secretaria de Saúde registrou 23 notificações, 16 casos descartados, dois casos autóctones confirmados e cinco que ainda aguardam resultado de exames.
Já os municípios da região considerados em situação satisfatória pelo Ministério da Saúde são Canas (0), Cachoeira Paulista (0,7), Potim (0,3), São José dos Campos (0,3), São José do Barreiro (0,9), Tremembé (0,4). Piquete (0), Roseira (0), Queluz (0) e Silveiras (0).

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